Associação Americana do Coração quer mudança de classificação da maconha para haver mais estudos

Fotografia em close-up da flor de maconha da cepa Purple Buddah Kush, onde vários pistilos de cor creme se destacam entre as ‘sugar leaves’ rajadas de roxo. Foto: THCameraphoto.

Entidade diz que presença da maconha em lista controlada de substâncias limita a quantidade de pesquisas para determinar os problemas e benefícios de seu uso. As informações são do G1/Bem-Estar

A American Heart Association (Associação Americana do Coração) sugere que a maconha seja retirada da classificação 1 da lista de drogas controladas pela Agência Federal de Repressão às Drogas dos Estados Unidos. Essa definição, que é a mesma da heroína, limita o número de pesquisas sobre os riscos cardíacos causados pela maconha.

Um artigo publicado pela associação citou uma revisão de vários estudos que não encontrou benefícios cardiovasculares na maconha. Para a entidade, sem mais estudos não há como descartar a possibilidade de que a substância possa prejudicar o coração e os vasos sanguíneos.

A associação informa que, apesar da maconha ter sido legalizada em 47 estados americanos para uso médico ou recreativo, o cultivo da cannabis é ilegal em nível federal, impossibilitando o avanço de pesquisas científicas para determinar os problemas e benefícios do uso da droga.

A Associação Americana do Coração argumenta que:

  • faltam estudos de curto e longo prazo sobre o uso da cannabis e os efeitos sobre o coração à medida que o consumo se torna mais comum nos EUA;
  • ausência de informações científicas válidas e baseadas em fatos sobre o efeito da cannabis no coração e nos vasos sanguíneos;
  • necessidade de esclarecer as propriedades terapêuticas potenciais para compreender as implicações cardiovasculares do uso frequente de cannabis;
  • a maconha não parece ter benefícios bem documentados para a prevenção ou tratamento de doenças cardiovasculares.

Segundo a associação, estudos observacionais relacionaram a composição química da maconha ao risco de ataques cardíacos, insuficiência cardíaca e fibrilação atrial — frequência cardíaca irregular e muitas vezes acelerada. Com base na revisão de estudos, foi constatado que:

  • 6% dos pacientes com ataque cardíaco com menos de 50 anos usam maconha.
  • Outra pesquisa constatou que usuários entre 18 e 44 anos tiveram um risco significativamente maior de sofrer um derrame em comparação com não usuários.

A associação informa que pesquisas recentes comprovam que o tetraidrocanabinol (THC), substância psicoativa presente na composição da maconha, pode aumentar a frequência cardíaca. Porém, o canabidiol (CBD) encontrado na Cannabis sativa pode reduzir a frequência cardíaca e diminuir a pressão arterial, aumentando a capacidade das artérias de reduzir inflamações.

Leia mais: Fumar ou inalar maconha faz mal ao coração, diz associação médica nos EUA

Preocupações com idosos

Embora existam estudos que sugiram que os benefícios da maconha possam ser eficazes para idosos no tratamento de doenças como Parkinson e Alzheimer, a associação afirma que existe uma escassez de pesquisas sobre os efeitos a longo prazo do uso de maconha nessa população.

Um dos problemas apontados é a junção do consumo de cannabis com outros medicamentos como antidepressivos.

Leia também:

Consumidores de maconha se exercitam mais, segundo estudo com idosos

#PraCegoVer: em destaque, fotografia em close-up da flor de uma Purple Buddah Kush, onde vários pistilos de cor creme se destacam entre as ‘sugar leaves’ rajadas de roxo. Foto: THCameraphoto.

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