Zimbábue quer legalizar a maconha medicinal

Em tempos de legalização da maconha, o governo do Zimbábue não fica para trás e já dá seus primeiros passos rumo à regulamentação, ao autorizar uma multinacional canadense a produzir maconha medicinal no país. As informações são da Bulawayo 24 News, com tradução e adaptação Smoke Buddies.

O governo do Zimbábue está considerando autorizar uma multinacional canadense a produzir cannabis para fins médicos, com isso é possível visualizar o país legalizando a produção e uso de maconha em áreas selecionadas, segundo o ministro do Planejamento Macroeconômico e Promoção de Investimentos Obert Mpofu.

Recentemente, durante uma reunião anual da Câmara Nacional de Comércio do Zimbábue, em Victoria Falls, Mpofu declarou que um grupo canadense apresentou ao governo um pedido de parceria na produção de cannabis medicinal, também conhecida como maconha ou mbanje, em uma das áreas que foram destinadas como Zonas Econômicas Especiais (ZEEs).

“Recebemos inúmeros inquéritos de investidores que querem participar das ZEEs e um deles é de uma grande multinacional que quer se dedicar à produção de cannabis. Eu ri e pensei que estavam brincando quando recebi o pedido, mas eles são sérios e demonstraram ser um grande negócio”, disse o ministro.

O governo está considerando seriamente o inquérito da empresa canadense e, segundo Mpofu, não há nada de errado se a droga for usada para fins medicinais, visto que alguns países já estão fazendo o mesmo. A produção e o uso de maconha são ilegais no Zimbábue, e a pena pode chegara 12 anos de prisão.

“Temos uma variedade de interesses e estamos considerando todas as aplicações. Esta companhia é um dos maiores conglomerados do Canadá, eles estão produzindo maconha medicinal em condições estritas. Não vejo nada de errado e penso que, se nós legalizarmos o mbanje, estaremos nos beneficiando, uma vez que a droga é usada para produzir até mesmo analgésicos como a morfina. A África do Sul fez isso”, disse ele.

Leia também: África do Sul legaliza uso e cultivo privativo de maconha

No Canadá, o governo emitiu pelo menos 50 licenças para uma série de empresas nos termos do Regulamento de Acesso à Cannabis para Fins Médicos. As empresas também estão autorizadas a produzir, vender ou fornecer maconha seca e fresca ou óleos de cannabis. E, de acordo com o Ministério da Saúde canadense, as inspeções de rotina de produtores licenciados de cannabis para fins médicos são realizadas regularmente para verificar a conformidade com os regulamentos.

A cannabis medicinal, também denominada de maconha medicinal, é uma droga prescrita para reduzir náuseas, vômitos e melhorar o apetite, mas seu uso não foi amplamente testado devido a restrições de produção e outros regulamentos governamentais.

Voltando às ZEEs, Mpofu disse que o conceito levará em consideração a vantagem competitiva do país. E, segundo o ministro, as três primeiras zonas especiais piloto serão Bulawayo, Victoria Falls e Harare.

Fotografia de capa Rafael Rocha

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