Verão da Lata: Uma história real e inacreditável!

Verão da Lata: Uma história real e inacreditável!

Verão de 1987: o Brasil estava começando a se abrir para novas possibilidades históricas e políticas, mas a galera do litoral estava mesmo era abrindo muitas latas. Entenda exatamente o que aconteceu naquele ano.

Para muita gente, avistar e recolher no mar ou na praia uma lata “recheada” naquele “Verão da Lata” de 1987-1988 era como acertar na loteria. Os adeptos ao uso da maconha sentiam que haviam tirado a sorte grande ao escapar da polícia e dos traficantes ao mesmo tempo. E a polícia sabia o que essas pessoas fizeram no verão de 1987, mas não poderia fazer muita coisa. Era muita, mas muita lata invadindo 2 mil quilômetros de praias, do litoral do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul, como você pode conferir no especial do HISTORY, clicando aqui.

Verão da Lata: 2 mil quilômetros de praias, do litoral do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul, tomadas por latas recheadas de maconha!

2 mil quilômetros de praias, do litoral do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul, tomadas por latas recheadas de maconha!

MAS POR QUE SERÁ QUE OS TRIPULANTES DO SOLANA STAR TIVERAM QUE JOGAR SUA PRECIOSA CARGA NO MAR?

O navio que deu origem ao famoso Verão da Lata foi o Solana Star, que partiu da Austrália e parou para recolher sua preciosa carga em Singapura, no sudeste da Ásia. Seu destino oficial era o Panamá, mas no caminho a droga seria infiltrada nos EUA, a partir de Miami. Depois de navegar por 65 dias, o barco começou a ser perseguido pela Marinha e Guarda Costeira, perto de Angra dos Reis, após ter que fazer uma baldeação de emergência no Brasil, no dia 13 de setembro de 1987.

Verão da Lata: trajeto interrompido.

Trajeto interrompido.

A DEA (Drug Enforcement Administration) fez o alerta sobre a carga do Solana Star para as autoridades brasileiras, enquanto o navio ainda estava na metade do caminho para cá. Um grupo de 15 a 20 homens promoveu uma caçada ao Solana Star por duas semanas, com o apoio de aeronaves, utilizando até uma fragata e um contratorpedeiro da Marinha do Brasil. Foi uma verdadeira operação de guerra. Para se livrar do flagrante, aproximadamente, 22 toneladas de maconha foram despejadas próximo à Ilha Grande, na costa do Rio de Janeiro. No início, as correntes marítimas espalharam as latas, principalmente, no litoral paulista e fluminense.

Antes de jogar ao mar as 15 mil latas que continham entre 1,3 kg e 1,5 kg de maconha, os tripulantes que estavam sem comida e água potável, pensaram em afundar o Solana Star com toda a carga dentro. Pegariam outro barco nos EUA, retornando para buscar o carregamento no fundo do mar meses depois. Seis norte-americanos e um costa-riquenho, com idades entre 32 e 52 anos, formavam a tripulação registrada do Solana Star que desembarcou no Rio de Janeiro. O cozinheiro foi o único preso. Após três vistorias, apenas dez centigramas de maconha foram encontradas pela polícia nos depósitos do Solana Star, onze dias depois de sua ancoragem no Rio de Janeiro.

No Brasil, devido à “qualidade superior da erva”, cada lata de maconha poderia ser comercializada por até 500 dólares na Zona Sul do Rio de Janeiro. Das 15 mil latas lançadas ao mar, a polícia só conseguiu apreender 2.563, conforme os registros oficiais. O resto foi consumido ou se perdeu nos mares brasileiros.

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