Venda de cannabis para turistas deveria ser legal no Uruguai, defende ministro

Uma flor de maconha sendo segurada por uma pessoa que está atrás da câmera, diante da bandeira do Uruguai hasteada na "Plaza de la Democracia", em Montevidéu.

Considerando contraditória a norma de que um cidadão uruguaio possa comprar cannabis legalmente e um turista não, Germán Cardoso, ministro do Turismo, diz que não vê diferença se a pessoa for brasileira, holandesa ou uruguaia

O ministro do Turismo do Uruguai Germán Cardoso lançou a ideia de fazer do país um destino de turismo canábico, segundo informa o site Montevideo Portal. Consultado pelo programa Así Nos Va de Radio Carve, sobre se concorda em explorar o Uruguai como um destino canábico, Cardoso respondeu que atualmente já há turismo da erva no país e que ele mesmo viveu uma experiência.

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O ministro contou que tem um amigo há muitos anos (companheiro de colégio) que tem uma loja de produtos canábicos, na Cidade Velha. Seu amigo o convidou para conhecer a experiência com a chegada de um turismo de cruzeiro ao Porto de Montevidéu.

“Estava lá e era verdade. Em meia hora, contamos 27 ou 28 pessoas estrangeiras que chegavam e buscavam por cannabis”, disse Cardoso, e completa: “acredito que aqui, mais além de uma definição de política de turismo, no sentido de que hoje não é clara, acredito que tem que ser objeto de análise”, afirmou.

“Uma vez que se tomou a decisão por parte do Governo, me parece absolutamente contraditória a norma de que um uruguaio possa comprar e um estrangeiro não. Estamos obrigando à ilegalidade”, complementou.

Segundo Cardoso, se um estrangeiro ingressa no país e quer comprar para consumir, ele precisa recorrer à ilegalidade e entende que “não esta certo”. “Se for tomada a decisão de que uma substância se torne legal e possa ser adquirida por uma pessoa, qual a diferença de ser brasileira, holandesa ou uruguaia?”, questionou.

Por fim, perguntaram ao ministro se acha possível, no quadro de um governo composto por diferentes partidos políticos com posições diferentes, conduzir uma mudança nessa direção. “Sim, não tenho dúvidas de que isso deve fazer parte do debate. Pelo menos, temos que tentar analisá-lo”, disse Germán Cardoso.

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