O uso prolongado de cannabis prejudica os pulmões de maneira diferente do tabaco

A pesquisa da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, descobriu que o uso prolongado de cannabis leva a pulmões inflados demais e aumenta a resistência ao fluxo de ar em maior medida do que o tabaco
Fumar cannabis por tempo prolongado leva a danos nos pulmões, mas de uma maneira diferente do tabaco, descobriu uma nova pesquisa da Universidade de Otago, em Dunedin, a mais antiga da Nova Zelândia. O coautor do estudo, professor Bob Hancox, diz que até recentemente supunha-se que a cannabis teria efeitos semelhantes aos do tabaco, mas esse não parece ser o caso.
“Embora os efeitos da cannabis tenham sido prejudiciais, o padrão de alterações da função pulmonar não foi o mesmo. A pesquisa descobriu que o uso prolongado de cannabis levava a pulmões inflados demais e aumentava a resistência ao fluxo de ar em maior medida do que o tabaco”, diz Bob Hancox em comunicado da universidade. “Também foi descoberto que o uso de cannabis também pode prejudicar a capacidade dos pulmões de extrair oxigênio da respiração. Esta é uma consequência conhecida de fumar tabaco, mas não havia sido demonstrada com cannabis até agora.”
As descobertas vêm do Estudo Multidisciplinar de Saúde e Desenvolvimento de Dunedin, que documentou o uso de cannabis e mediu a função pulmonar ao longo da vida adulta até os 45 anos em mais de mil indivíduos nascidos em Dunedin em 1972/73.
“Embora a cannabis seja uma das drogas mais usadas no mundo, há pouca pesquisa sobre os efeitos nos pulmões. Isso ocorre por que tem sido difícil estudar uma droga que permanece ilegal na maior parte do mundo”.
Os médicos respiratórios reconhecem que alguns pacientes que fumam muita cannabis têm uma forma distinta de dano pulmonar — uma forma muito grave de enfisema que às vezes é chamada de “pulmão de bong” — mas pouco se sabe sobre essa condição. As últimas descobertas de que o uso pesado de cannabis leva a pulmões inflados, aumento da resistência das vias aéreas e extração de oxigênio prejudicada podem refletir os primeiros sinais desta doença, diz o professor.
Dado o uso generalizado e crescente de cannabis em todo o mundo e a tendência à descriminalização, entender seus efeitos respiratórios é uma prioridade, reforça o professor Hancox.
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#PraTodosVerem: fotografia que mostra a ponta de um baseado aceso, na vertical, ao centro do quadro, em fundo de cor salmão. Imagem: THCamera Cannabis Art.

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