Uso da maconha na gravidez não está ligado a casos de parto prematuro e outros riscos
O novo estudo, publicado na revista Obstetrics Gynecology, analisou dados de 31 pesquisas anteriores, chegando à conclusão de que o uso da maconha não apresenta os famosos riscos ligados ao aborto, parto prematuro e até mesmo ao nascimento de crianças abaixo do peso ideal.
Uma nova análise coloca em xeque os tabus e suposições de que a maconha é prejudicial durante a gravidez. Seja num cenário legalizado como nos EUA ou num proibicionista, como no Brasil, o consumo da maconha segue sendo realizado, mas todos os mitos a cerca da erva impedem, por exemplo, que mulheres conversem com profissionais de saúde sobre o consumo no período gestacional.
Mas, de acordo com o avanço da legalização, novos estudos surgem e ajudam a reduzir o estigma sob o assunto, contribuindo principalmente no esclarecimento de médicos (as) e pacientes sobre os efeitos e riscos da maconha. E é o que uma nova pesquisa indica: o uso da maconha por grávidas não aumenta o risco de aborto e parto prematuro e não ocasiona o nascimento de crianças abaixo do peso ideal.
Os resultados vem de uma revisão científica, publicada na Revista Obstetrics Gynecology, que analisou dados de 31 estudos anteriores, incluindo um total de 124 mil mulheres das quais 7.800 usaram maconha durante a gravidez.
Embora algumas pesquisas anteriores encontrem uma ligação entre fumar maconha e o risco durante a gestação e o nascimento, essas conclusões não levaram em conta que estas grávidas também fumavam cigarros. Quando os pesquisadores consideraram o tabaco, os riscos vinculados ao uso da maconha desapareceram.
Diante disso, os pesquisadores isolaram os dados das grávidas que só usaram maconha, das que também fumavam tabaco, não encontrando riscos para gestação e o bebê.
Mas segundo os pesquisadores da Escola de Medicina da Washington University, em St. Louis, suas descobertas “não significam que o uso da maconha durante a gravidez deva ser encorajado ou tolerado”. No entanto, eles sugerem que a atenção deve ser focada em ajudar as grávidas a evitarem substâncias que são conhecidas por causarem efeitos adversos na gestação, como o álcool e o tabaco, e não a maconha, como relatado pelo site Live Science.
Por não haver um resultado claro e preciso sobre o uso da maconha durante a gestação, nós da redação Smoke Buddies aconselhamos a todas futuras mamães que busquem um diálogo mais aberto possível com o(a) profissional de saúde sobre a questão do consumo da maconha durante a gravidez.
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