Universidade da Califórnia investigará os efeitos do CBD na síndrome metabólica

O estudo contará com um investimento de US$ 300.000 para verificar se o canabidiol pode melhorar a hipertensão e a intolerância à glicose em modelos da doença. As informações são da UC Merced
Cerca de 35% dos estadunidenses têm síndrome metabólica, um grupo de fatores de risco que aumenta o risco de doenças cardiovasculares — a principal causa de morte nos Estados Unidos.
Se você tiver três desses cinco problemas, você tem síndrome metabólica, de acordo com a Associação Americana do Coração:
- Altas taxas de açúcares no sangue (intolerância à glicose) / resistência à insulina
- Níveis baixos de colesterol HDL (“bom”) e elevados de colesterol LDL (“ruim”)
- Altos níveis de triglicerídeos no sangue
- Obesidade abdominal ou corpo “em forma de maçã”
- Hipertensão (pressão alta)
O professor Rudy Ortiz, membro do Departamento de Biologia Molecular e Celular e do Instituto de Pesquisa de Ciências da Saúde da Universidade da Califórnia em Merced, está lançando um novo projeto para descobrir se o canabidiol (CBD), derivado do cânhamo ou sintetizado em laboratório, pode ter efeitos positivos em questões dentro da síndrome metabólica.
Ortiz receberá US$ 300.000 nos próximos dois anos do Centro de Pesquisa de Cannabis Medicinal da UC San Diego para ver se o CBD pode melhorar a hipertensão e a intolerância à glicose em modelos de síndrome metabólica.
“Houve dois estudos diferentes mostrando dois resultados diferentes, então não sabemos qual é a verdade”, disse Ortiz. “Nenhum estudo analisou isso diretamente em um ambiente controlado, portanto, nossos dados são aplicáveis, não importa o que mostrem”.
A professora Anna Song, diretora do Centro de Políticas de Nicotina e Cannabis da UC Merced, concorda.
“O estudo do professor Ortiz será uma contribuição importante. Nossas comunidades são bombardeadas com mensagens sobre os benefícios do CBD e da cannabis, mas a ciência ainda não está lá”, disse Song. “Este estudo será extremamente útil para lançar alguma luz sobre onde o CBD é útil e onde pode não ajudar em nada”.
Este estudo piloto é um passo importante no caminho dos testes em humanos — se os resultados forem positivos.
“Precisamos manter nossas mentes abertas sobre o que compostos à base de plantas de qualquer tipo podem oferecer”, disse Ortiz. “Tem havido muito estigma em torno da cannabis, mas está se tornando mais aceita, especialmente seus benefícios medicinais”.
As doenças cardíacas e o diabetes tipo 2 são resultados primários da síndrome metabólica, e a hipertensão pode causar derrame, ataque cardíaco, perda de visão e doença renal.
“O trabalho do professor Ortiz exemplifica a liderança da UC Merced em usar a ciência para explorar soluções criativas para problemas médicos que afetam milhões de americanos”, disse Dean Betsy Dumont da Escola de Ciências Naturais. “O potencial deste trabalho para identificar tratamentos eficazes e de baixo custo que poderiam ser amplamente disponibilizados é empolgante”.
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#PraCegoVer: em destaque, foto de um frasco cilíndrico transparente contendo uma substância amarela e, logo acima, um conta-gotas com o mesmo líquido e parte da mão que o segura; o frasco está sobre uma superfície de madeira e ao lado de flores secas de maconha e um estetoscópio, e, ao fundo desfocado, pode-se ver plantas de cannabis em período vegetativo. Foto: The Thaiger.

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