UFRRJ celebra convênio para desenvolver pesquisas científicas com maconha

Fotografia aérea do Instituto de Química da UFRRJ, no câmpus de Seropédica, em um momento quando o sol incide do fundo e o prédio e as várias árvores ao redor produzem longas sobras no gramado. Imagem: ilsDrone.

A Rural do Rio de Janeiro mobilizará equipes de pesquisa em diversas áreas para desenvolver protocolos que aumentem a eficiência dos processos de extração de metabólitos da Cannabis sativa. Saiba mais, a seguir

No último dia 15 de julho, foi publicado no Diário Oficial da União o acordo de cooperação técnico-científica firmado entre a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e a Canapse Canabiologia, Pesquisas e Serviços, uma associação sem fins lucrativos. O objetivo é viabilizar estudos farmacológicos e na área de melhoramento genético com a planta Cannabis sativa e suas variações. A íntegra do documento pode ser lida aqui.

O reitor da UFRRJ Ricardo Berbara explica que o convênio irá possibilitar o acesso dos pesquisadores da Rural ao material biológico da cânabis, sementes e flores. Os projetos de pesquisa serão registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Atualmente, o cultivo da planta acontece na sede da Canapse, amparado por habeas corpus concedido em 2018 ao secretário geral da associação, Ricardo Nemer.

A sociedade ganha com o investimento público em pesquisas científicas com cânabis para fins medicinais. “Hoje a planta é usada em praticamente todos os países desenvolvidos do mundo como alternativa terapêutica. É uma espécie vegetal extraordinária sobre a qual não temos no Brasil conhecimento científico sobre formas de cultivo e manejo”, explica Berbara. De acordo com o reitor, a UFRRJ irá mobilizar suas equipes de pesquisa nas áreas de Farmácia, Química, Agronomia, melhoramento de plantas, manejo de solos e fitotecnia para desenvolver protocolos que aumentem a eficiência dos processos de extração de metabólitos para fins farmacológicos e, também, o conhecimento sobre o manejo da espécie em ambientes tropicais.

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Evento debaterá uso medicinal da espécie

Para fomentar discussões sobre o tema na comunidade acadêmica, a UFRRJ promoverá a ‘Oficina sobre Cânabis: uma revisão’, de 13 de outubro a 17 de novembro. As 200 vagas oferecidas foram preenchidas no primeiro dia das inscrições. A abertura da oficina será transmitida on-line e contará com a presença do neurocientista e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Sidarta Ribeiro, do deputado estadual Carlos Minc, e do reitor Ricardo Berbara, que debaterão como canabinoides e psicodélicos clássicos estão revolucionando a medicina; cânabis medicinal: saúde e preconceito; e o papel das universidades no estudo da cânabis. A pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Cecilia Hedin-Pereira será a mediadora.

O chefe do Departamento de Ciências Farmacêuticas da UFRRJ e coordenador regional da Sociedade Brasileira de Farmacognosia, Douglas Siqueira de Almeida Chaves, explica que a proposta da oficina é abranger toda a cadeia produtiva relacionada à cânabis, desde o cultivo, manejo, passando pelo controle de qualidade e chegando às aplicações biológicas. Também serão abordadas as questões de legislação envolvidas com o uso da planta. “O grande impacto social que esperamos é a divulgação do conhecimento científico para desmistificar o uso medicinal da cânabis, sua composição química e os principais benefícios que traz aos pacientes”, afirma o docente, responsável pela coordenação da oficina.

Para acompanhar a abertura do evento não há necessidade de inscrição prévia. O debate será transmitido no Youtube, no dia 13 de outubro, às 10 horas. Para participar, acesse: http://abre.ai/aberturapesquisacanabis. São parceiros da UFRRJ na promoção da oficina a Canapse, a Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), a Universidade Federal Fluminense (UFF), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Sociedade Brasileira de Farmacognosia.

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