Tolerância ao CBD para epilepsia refratária é observada ao longo do tempo, revela estudo

Fotografia em vista superior e close-up de várias seringas contendo óleo concentrado de maconha de cor marrom escura, enfileiradas em forma circular ao redor de uma seda (parte de baixo da foto), onde pode-se ver pequenas porções do óleo, sobre uma superfície de madeira. Canabidiol.

Estudo recente realizado por cientistas israelenses revela que, assim como outras drogas antiepilépticas, o canabidiol (CBD), apesar da eficácia comprovada, pode se tornar menos eficaz ao longo do tempo no tratamento da epilepsia.

Os resultados de um estudo mostraram que existe tolerância ao canabidiol, o que pode limitar sua eficácia como terapia anticonvulsionante no manejo de longo prazo da epilepsia. Os dados foram apresentados na 72ª Reunião Anual da Sociedade Americana de Epilepsia, realizada de 30 de novembro a 4 de dezembro de 2018, segundo publicação do Neurology Advisor.

“CBD é uma boa opção para crianças e adultos com certos tipos de epilepsia, mas, como com drogas antiepilépticas (DAEs), pode se tornar menos eficaz ao longo do tempo e a dose pode precisar ser aumentada para controlar as convulsões”, disse o médico Shimrit Uliel-Sibony, principal autor do estudo e chefe do serviço de epilepsia pediátrica no Hospital Infantil Dana-Dwek do Centro Médico Tel Aviv Sourasky, em Israel.

Dr. Uliel-Sibony e seus colegas tiveram como objetivo avaliar a taxa de tolerância aos canabinoides no tratamento da epilepsia entre crianças e adultos. Eles realizaram uma revisão prospectiva (N=92) de pacientes com idade entre 1 a 37 anos (idade média de 11,8 anos) que tiveram epilepsia resistente ao tratamento, de março de 2014 a setembro de 2017.

No estudo, a tolerância foi definida como a necessidade de se aumentar a dose de medicação em 30% ou mais após a redução da eficácia ou uma redução de 30% ou mais na resposta, levando ao aumento das crises.

Os pacientes do estudo receberam extrato de óleo de cannabis (relação CBD:THC 20:1) por uma média de 19,8 meses. Uma redução de 50% na frequência média mensal de crises foi observada em 57% (n=53) dos pacientes, demonstrando a eficácia do tratamento. A tolerância, no entanto, foi observada em quase um terço desses pacientes (32% [n=17]) após uma média de 7,3 meses (intervalo de 1 a 24 meses), com uma dose média de 12,6 mg/kg por dia.

Após um aumento da dose para superar o efeito da tolerância, 12 pacientes atingiram o nível de resposta anterior e 15 pacientes relataram um nível de resposta “satisfatório, mas menor que o anterior”. Além disso, cerca de um terço dos pacientes interromperam a terapia com CBD devido à falta de eficácia ou devido a eventos adversos, que incluíram sonolência e problemas gastrointestinais.

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#PraCegoVer: fotografia (capa) em vista superior e close-up de várias seringas contendo óleo concentrado de maconha de cor marrom escura, enfileiradas em forma circular ao redor de uma seda (parte de baixo da foto), onde pode-se ver pequenas porções do óleo, sobre uma superfície de madeira.

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