The Next Marijuana Millionaire: o primeiro reality sobre negócios de cannabis

Fotografia em primeiro plano de BigMike Straumietis que, encostado em uma bancada de mármore onde está um bong de vidro personalizado com os personagens Calvin e Hobbes, segura um tigela transparente cheio de buds de cannabis, no interior de uma grande sala de estar. Foto: divulgação.

O apresentador e primeiro empreendedor no mundo da cannabis, Michael BigMike Straumietis, fala com exclusividade à GQ sobre sua trajetória milionária. Confira, a seguir

Pouca coisa surpreende o público quando se trata de reality show. De olho em um mercado multimilionário, a CNN americana lança no dia 15 de agosto uma mistura de “O Aprendiz” e “Survivor” com a primeira série de competição em negócios de cannabis: o The Next Marijuana Millionaire. Serão 16 empreendedores que disputam U$S 1 milhão e a chance de ser tornarem sócios de Michael “BigMike” Straumietis, fundador da Advanced Nutrients, com faturamento anual em torno de U$S 110 milhões.

O mercado mundial de cannabis movimentou no ano passado US$ 18 bilhões. Segundo o levantamento do Banco de Montreal, ele chegará a US$ 194 bilhões até 2026 — considerando apenas os países que já liberaram uso medicinal e recreativo da erva, ou seja, pode aumentar ainda mais.

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Michael “BigMike” Straumietis estuda cannabis há 37 anos e fala à GQ sobre trilhar seu caminho em um negócio visionário — legal e ilegalmente.

Ser milionário é algo que muitos sonham, é verdade. Mas ser CEO de uma empresa que fabrica fertilizantes para cannabis não parece ser um sonho de criança. Quando você viu potencial nesse mercado pela primeira vez?

Quando eu tinha 23 anos, eu já era dono de uma empresa de jardinagem e os caras de vendas viviam insinuando sobre uma ideia de negócio que queriam que eu participasse. Depois de cerca de seis, cedi. Fui até a casa de um deles e no porão havia o cultivo de cannabis hidropônica. Desnecessário dizer, mas eu aceitei na hora fazer parte do negócio. Foi quando eu percebi que ninguém produzia fertilizantes para a cannabis. Lembre-se, esta foi a idade das trevas da indústria e as empresas não queriam seus produtos associados à planta. Eles se escondiam atrás de tomates. Eu não era assim. Sempre tive orgulho de ser um produtor de cannabis e não caía em falsos estigmas que nossa sociedade estava sendo influenciada a criar sobre a planta. Eu vi uma grande oportunidade no desenvolvimento de nutrientes específicos para a cannabis, pensando em conseguir desbloquear seu verdadeiro potencial genético. Isso impactaria no produto final, resultando em um remédio mais limpo. Ninguém mais estava fazendo isso, então tive o feeling que havia um gap de mercado aí.

Foi aí que decidiu fazer da marijuana um negócio?

Sim, eu me apaixonei pela planta e mergulhei nisso. Lembro-me de olhar para o meu irmão e dizer: “Você sabe que tudo isso será legalizado um dia, não é”. Entre a promessa de empreendedorismo e a oportunidade de dar uma mãozinha e acabar por liderar o caminho para a legalização, não tive dúvidas. Deixe-me dizer uma coisa, a indústria da cannabis não é para quem tem o coração fraco… E é justamente o que mais gosto. Adoro esse tipo de desafio.

Aqui, vale dizer que assumir riscos é algo que BigMike leva a sério: por conta do seu tipo de negócio, o Marijuana Godfather, como também é chamado, já foi procurado pelo órgão federal norte-americano DEA (Drug Enforcement Administration), viveu em fuga por quase uma década e chegou a ser preso por três meses. E para seguir com os negócios e continuar as pesquisas que naturalmente envolvem o cultivo da erva, ele e seu time obtiveram licença no exterior para sediar os estudos, sendo o primeiro a Bulgária. “Nós reunimos um time de cientistas especializados da América para liderar as pesquisas e continuar à frente da curva de aprendizagem para sempre estarmos à frente no que diz respeito a inovação em cannabis”, diz o empresário.

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Qual o papel que vocês, experts em cannabis, devem assumir com a sociedade?

Veja, as pessoas não sabem muito sobre esta planta, porque eles não estavam envolvidos antes da maré mudar e seguir para o caminho da legalidade. Portanto, há muita desinformação por aí sobre como o genoma da cannabis funciona e como ele afeta o sistema endocanabinoide humano. Como especialistas, é nosso papel educar as pessoas sobre a cannabis limpa e potente, com resultados mais precisos.

Você acredita que em um futuro próximo, todos os países terão legalizado a cannabis?

A maioria dos países usará cannabis de uma forma ou de outra. Muitos deles começarão a cultivar cânhamo ou CBD. E sabe por quê? Por que é bom para a economia. E com o que o mundo está experimentando atualmente, precisamos desse tipo de impulso econômico agora mais do que nunca. Aqui está o problema… A cannabis alcançará um negócio de trilhões de dólares nos próximos 30 anos. E as possibilidades são infinitas — podemos fazer mais de 10.000 produtos com a planta do cânhamo, desde remédios e alimentos até peças de automóveis e roupas. O que é engraçado é que a maioria das pessoas não sabe que o cânhamo era legal por séculos — até que algumas outras indústrias começaram a se sentir ameaçadas por seu potencial. Eu não poderia estar mais feliz do que estou com as pessoas finalmente reconhecendo o imenso potencial que esta planta tem.

Qual dica ou intuição sobre os negócios que você deixou passar e se arrepende?

Há 27 anos, eu estava em Amsterdã e me lembro de perguntar para uns caras o que estava rolando de novo na cena [de cannabis]. Eles disseram que um grande player estava fazendo uma pesquisa sobre os efeitos que os consumidores experimentavam a cada cepa. Perguntei que tipo de informação eles estavam coletando e ele disse: “Não tenho certeza, mas acho que tem algo a ver com os terpenos”. Bom, eu não prestei atenção suficiente na hora porque estava apenas cultivando a planta. Advanced Nutritients ainda não era uma realidade e eu não tinha ideia de que pesquisar esse tipo de coisa se tornaria uma grande parte do trabalho da minha vida. Isso teria acelerado o caminho de pesquisas e transformado o negócio em realidade anos antes. Mas você sabe, tudo é aprendizado.

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