THC sintético está associado a episódios de tontura em pacientes mais velhos, diz estudo
Equipe de cientistas do Kings College, em Londres, revisou dados de segurança de 30 ensaios clínicos envolvendo 1.400 indivíduos com mais de 50 anos. As informações são da NORML
A administração de preparações orais de THC (tetraidrocanabinol) sintético está associada ao aumento de incidentes de tontura ou desmaio em pacientes com mais de 50 anos, de acordo com uma revisão de dados de ensaios clínicos randomizados publicada no JAMA Network Open.
Uma equipe de pesquisadores afiliados ao Kings College, em Londres, revisou os dados de segurança de 30 ensaios clínicos randomizados envolvendo mais de 1.400 indivíduos no total. Todos os participantes dos estudos consumiram preparações orais de THC, principalmente THC sintético (por exemplo, dronabinol, nabilona, namisol).
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Os autores relataram uma relação dose-específica entre maiores quantidades de THC e tonturas. Os indivíduos também eram mais propensos a relatar sentimentos de “distúrbio de pensamento ou percepção” após o consumo de doses mais altas de THC oral. Os autores advertiram, no entanto, que esses últimos sintomas “não foram diagnosticados por meio de avaliações padrão” e que a associação foi em grande parte devido aos achados de apenas dois dos 30 estudos avaliados.
Nenhum outro evento adverso neuropsiquiátrico foi identificado nos estudos.
Uma revisão da literatura anterior, publicada no ano passado, avaliando o perfil de segurança do THC oral em pacientes mais velhos, relatou: “Os riscos dos canabinoides em pessoas idosas são modestos, mas não insignificantes”. Os autores concluíram que os efeitos colaterais mais comumente relatados em indivíduos mais velhos foram sedação, tontura e boca seca. Eles também alertaram que os canabinoides podem ser potencialmente contraindicados com certos medicamentos para afinar o sangue, como a varfarina.
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Em contraste, dados longitudinais de Israel relataram que o uso de cannabis “whole-plant” (em sua forma natural) por pacientes idosos (com 65 anos ou mais) por um período de seis meses foi “seguro e eficaz”. Os pesquisadores relataram que os pacientes que usaram cannabis eram menos propensos a cair e eram mais propensos a relatar uma melhora em suas condições médicas. Após seis meses de terapia com cannabis, “a vasta maioria dos pacientes” reduziu o uso de certos medicamentos prescritos ou parou de usá-los completamente — uma descoberta que é consistente com vários outros estudos.
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#PraCegoVer: em destaque, fotografia que mostra cápsulas em dois tons de verde que saem de um frasco laranja, do qual se vê apenas uma parte, deitado em uma superfície de cor cinza rajada de preto. Foto: Sharon McCutcheon | Unsplash.
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