Terpenos e CBD funcionam três vezes melhor contra inflamação da Covid-19 do que corticosteroides, sugere estudo

Fotografia em close-up que mostra os tricomas da parte de uma planta de cannabis, como um filamento verde repleto de saliências brancas, na horizontal e ao centro, e um fundo desfocado. Imagem: THCameraphoto.

Estudo mostra que uma combinação de CBD com terpenos foi três vezes mais eficaz contra a inflamação provocada pela Covid-19 do que a dexametasona. As informações foram traduzidas pela Smoke Buddies da Forbes

Na luta contra a COVID-19, as tempestades de citocinas são um dos fatores mais mortais que os médicos estão enfrentando. Esse sintoma em casos graves do novo coronavírus pode levar a inflamação excessiva, inchaço, dor e perda da função dos órgãos. Pode até fazer com que o sistema imunológico aumente tanto que comece a matar as células do corpo — em vez de apenas combater a infecção. Em casos graves, isso pode levar à morte, como vimos em muitos casos de COVID-19.

Nos últimos meses, os pesquisadores têm observado se a cannabis, ou seus compostos químicos, pode ajudar a combater esse efeito mortal, diminuindo a inflamação. Recentemente, vimos resultados positivos de estudos sugerindo que o CBD, um composto da cannabis, pode ajudar a combater essas tempestades de citocinas.

Agora, os primeiros resultados de um estudo israelense em andamento estão aumentando o coro de pesquisadores sugerindo que os ingredientes da cannabis podem ser um tratamento que muda o jogo na luta contra a COVID-19. Mas este estudo diz que os terpenos, compostos que fornecem o aroma e o sabor da cannabis e de muitas outras plantas, podem levar a resultados ainda melhores do que o CBD sozinho e podem superar os tratamentos convencionais como corticosteroides. Relatórios do estudo mostram que uma combinação de CBD com terpenos foi 3 vezes mais eficaz na inibição da atividade das citocinas do que a dexametasona, um corticosteroide que um estudo recente descobriu ser um tratamento eficaz para tempestades de citocinas provocadas pela COVID-19.

O novo estudo sobre terpenos está sendo realizado por duas empresas israelenses de pesquisa e desenvolvimento, a Eybna, especializada em medicamentos baseados em terpenos, e a CannaSoul Analytics, liderada pelo Prof. David “Dedi” Meiri, PhD, um conhecido pesquisador de cannabis e bioquímico que estudou o uso de cannabis para condições como câncer e doença de Alzheimer. Este novo estudo foi desenvolvido para descobrir se os terpenos anti-inflamatórios podem ajudar a reduzir tempestades de citocinas perigosas e, se puderem, como elas se comparam a outros tratamentos disponíveis.

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O estudo analisa uma formulação proprietária de terpenos chamada NT-VRL™, criada pela Eybna para tratar condições inflamatórias, como a síndrome da tempestade de citocinas, encontrada em pacientes com COVID-19. A formulação contém 30 terpenos individuais que são potenciais agentes anti-inflamatórios e considerados geralmente seguros para o consumo.

O cientista de dados Nadav Eyal, cofundador e CEO da Eybna, explica que eles utilizaram “mineração de dados biológicos, processamento de dados e design de formulações” para criar uma “formulação que visa efetivamente condições de saúde específicas”, como tempestades de citocinas. Ele diz que esse método de desenvolvimento “está abrindo um novo mundo para formulações naturais sinergeticamente eficazes — estabelecendo capacidades terapêuticas as quais os Ingredientes Farmacêuticos Ativos sozinhos terão dificuldades de corresponder”.

Em outras palavras, enquanto a maioria dos medicamentos contém um ingrediente ativo, esta formulação contém 30 ingredientes diferentes, todos trabalhando juntos para criar efeitos benéficos.

Para testar essa formulação de terpenos, os pesquisadores usaram um “Cytokine Storm Assay” da Cannasoul, que o Dr. Meiri diz estar bem estabelecido para a “avaliação da Síndrome da Tempestade de Citocinas”. Usando células sanguíneas humanas, o teste ajuda os pesquisadores a avaliar o efeito de diferentes tratamentos na secreção de citocinas — o principal fator nas tempestades de citocinas em casos graves de COVID-19.

Paralelamente à formulação de terpenos NT-VRL™, os pesquisadores também testaram CBD, CBD com NT-VRL™ e dexametasona usando este ensaio. A dexametasona foi incluída por que é um corticosteroide frequentemente usado para diminuir a inflamação. Em um estudo recente no Reino Unido, verificou-se uma redução da mortalidade em um terço em pacientes hospitalizados com COVID-19 usando ventiladores. A Organização Mundial da Saúde está atualizando suas recomendações para incluir o uso de dexametasona ou outros corticosteroides em casos graves de COVID-19.

Cada composto foi testado para ver como afetava a atividade das citocinas, e os resultados são um tanto chocantes. A formulação de terpeno não só foi capaz de inibir a atividade das citocinas (com melhores resultados usando doses mais altas), como também superou o CBD e a dexametasona. O CBD sozinho inibiu cerca de 75% das citocinas em média, enquanto os terpenos isoladamente inibiram cerca de 80%, sugerindo que a mistura de terpenos de Eybna pode ser ainda mais eficaz que o CBD na redução da inflamação.

Ainda assim, os melhores resultados vieram da combinação de CBD com a formulação de terpeno NT-VRL™, que foi capaz de inibir cerca de 90% das citocinas testadas. Em comparação, a dexametasona foi capaz de inibir somente cerca de 30% das citocinas, sugerindo que a combinação de CBD e terpenos pode ser 3 vezes mais eficaz do que o atual tratamento recomendado.

“Os resultados preliminares foram altamente positivos”, explica Eyal, acrescentando que estão “demonstrando atividade anti-inflamatória significativa dos terpenos e quebrando a percepção de que os terpenos são apenas compostos de aromas e fragrâncias com efeito placebo”.

Ainda assim, embora este estudo in vitro ofereça informações importantes sobre o potencial do uso de terpenos e CBD na luta contra a COVID-19, é importante observar que esses resultados são provenientes de um estudo em andamento que ainda precisa ser concluído, revisado por pares ou publicado. Esses resultados ainda precisam ser revisados ​​e validados pela comunidade científica em geral, mas, se forem precisos, poderão oferecer impulso para ensaios em humanos, investigando se essa combinação de CBD e terpenos realmente funciona para pacientes com síndrome da tempestade de citocinas relacionada à COVID-19.

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