Presidente do STF adia descriminalização do aborto e da maconha para 2019

Ministro Dias Toffoli. Maconha.

No STF, temas como prisão após condenação em segunda instância e descriminalização do porte de maconha e do aborto ficarão para o ano que vem. Segundo o ministro Dias Toffoli, “casos polêmicos não serão pautados neste ano”. As informações são da Agência Brasil / EBC.

Em sua primeira coletiva de imprensa como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (17), o ministro Dias Toffoli confirmou que “casos polêmicos não serão pautados neste ano”, após ser questionado sobre diversos processos que aguardam julgamento na Corte.

Entre os processos que ficarão para o ano que vem, o ministro deu como exemplo as ações declaratórias de constitucionalidade (ADC) que tratam da execução de pena antes do trânsito em julgado, ou seja, quando ainda restam recursos a instâncias superiores. Segundo Toffoli, o adiamento da discussão do tema foi acordada em conversa com o relator ministro Marco Aurélio Mello.

“No início do ano que vem discutiremos um momento adequado para colocá-lo em pauta”, disse Toffoli. Há um impasse no Supremo sobre o tema. O entendimento atual, alcançado em 2016, com o placar de 6 a 5, permite a prisão após condenação em segunda instância, mas desde então a mudança na composição da Corte tem levado a uma pressão para que volte a ser discutido, com possível virada no entendimento.

Aborto e Maconha

Outras ações mencionadas pelo presidente do STF são um recurso com repercussão geral que trata de uma possível descriminalização do porte de maconha, atualmente no gabinete do ministro Alexandre de Moraes, e a ação direta de inconstitucionalidade (ADI) que pede a autorização do aborto até a 12ª semana de gestação, de relatoria da ministra Rosa Weber.

Para Toffoli, esses assuntos não devem ser resolvidos unicamente pela via judicial, mas devem ser dialogadas com os outros poderes para que se possa alcançar soluções mais efetivas.

“Temos essa questão [do aborto] e a questão das drogas. São polêmicas, temos que dialogar esses casos com o Congresso, com o Ministério da Segurança Pública. Não podemos discutir esses temas sozinhos”, disse o ministro, em reunião recente com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

A respeito da ação que trata do fim do auxílio-moradia para magistrados, Toffoli disse que o processo será pautado logo após a aprovação, no Congresso, do reajuste de 16,38% nos salários de ministros do Supremo, proposta encaminhada pela própria Corte.

Entre outros temas que Toffoli disse ser necessária maior discussão com o Congresso está mudanças nas regras do teto salarial do funcionalismo público, hoje atrelado ao salário dos ministros do Supremo. Ele não entrou em detalhes sobre quais modificações poderiam ser feitas.

Julgamento da maconha

O julgamento começou em 2015, com três votos a favor da descriminalização. Na época, o ministro Teori Zavascki, morto em 2017, pediu vista e seu sucessor, Alexandre de Moraes, ainda não concluiu sua posição para retomar o julgamento.

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#PraCegoVer: fotografia (de capa) em primeiro plano do ministro Dias Toffoli.

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