Sha’Carri Richardson denuncia racismo nas Olimpíadas após atleta branca ser pega em doping e poder competir

Duas fotos, uma de Sha'Carri Richardson e outra de Kamila Valieva.

Candidata ao ouro na corrida de 100 m, Richardson foi suspensa dos jogos de Tóquio no ano passado por testar positivo para cannabis; patinadora russa falhou no doping para trimetazidina e continua na competição

A velocista estadunidense Sha’Carri Richardson foi suspensa de competir na Olimpíada de Tóquio por causa de um teste positivo de maconha. Agora a atleta está contestando a recente decisão de permitir que uma patinadora russa com teste positivo para trimetazidina, uma droga que aumenta a performance e foi banida pela Agência Mundial Antidoping (Wada), continue a participar dos jogos de inverno em Pequim.

Leia mais: EUA é responsável pela proibição da cannabis que levou à suspensão de Richardson, diz Wada

Richardson, que era candidata ao ouro na corrida de 100 m, está questionando o porquê de ela ter enfrentado sérias consequências enquanto a patinadora russa Kamila Valieva está sendo autorizada a competir mesmo depois de testar positivo para uma substância banida.

“Podemos obter uma resposta sólida sobre a diferença de sua situação e das minas? Minha mãe morreu e eu não posso correr e também fui a favorita para ficar no top 3”, escreveu ela em tuíte, referindo-se às circunstâncias pessoais que a levaram a usar cannabis. “A única diferença que vejo é que sou uma jovem negra”.

 

 

 

“Está tudo na pele”, escreveu em outro post a atleta, que consumiu maconha no estado do Oregon, onde o uso é totalmente legal.

A suspensão da estrela estadunidense no ano passado gerou um debate internacional sobre a política esportiva global que impede os atletas olímpicos de usar cannabis, levando a Wada a instruir um painel consultivo para revisar se a maconha deve permanecer em sua lista de substâncias proibidas após 2022.

“Aliás, o THC definitivamente não é um aprimorador de desempenho!”, advertiu a velocista.

E realmente não há evidências científicas convincentes de que o composto da maconha, banido pela Wada, aumente o desempenho do ponto de vista de velocidade, potência ou força.

Leia mais: Cientista explica por que a maconha não deve ser proibida para atletas

a trimetazidina, que apareceu no doping de Valieva, é conhecida por aumentar significativamente a capacidade de realização de exercícios e melhorar a função cardíaca. A patinadora russa ajudou sua equipe a levar o ouro para casa e é considerada favorita para o individual feminino. Ela também foi a primeira mulher na história dos jogos de inverno a completar um salto quádruplo.

O Tribunal de Arbitragem do Esporte disse em um comunicado que o motivo para liberar Valieva da punição por doping estava principalmente relacionado ao fato de a patinadora de 15 anos ser menor e, portanto, uma “pessoa protegida” que está sujeita a um padrão diferente sob o código da Wada.

O Comitê Olímpico Internacional informou que, se Valieva vencer, uma cerimônia de medalha não acontecerá até que uma investigação de doping seja concluída.

Leia também:

NFL concede US$ 1 milhão para estudo sobre eficácia da cannabis no controle da dor e neuroproteção

#PraTodosVerem: imagem traz duas fotos, uma de Sha’Carri Richardson e outra de Kamila Valieva.

Deixe seu comentário
Assine a nossa newsletter e receba as melhores matérias diretamente no seu email!