Rússia quer importar maconha para pesquisas científicas

Fotografia em vista panorâmica da Praça Vermelha, na Rússia, sob um céu com nuvens em tons de cinza, branco, amarelo e vermelho.

Iniciativa da Rússia é inspirada na mudança de opinião da Organização Mundial da Saúde (OMS) em relação à maconha. Propósito da importação é estudar a capacidade de causar dependência da erva.

Os russos estão em busca de mais estudos científicos sobre a maconha. Segundo o jornal The Moscow Times, o Ministério da Saúde da Rússia propôs, recentemente, um projeto de lei para legalizar a importação de maconha e derivados (haxixe) com fins de pesquisas científicas.

A legislação proposta tornaria legal para o Ministério importar 1,1 kg de cannabis, 300 g de haxixe e 50 g de óleo de haxixe. A quantidade de THC que o órgão pode legalmente importar aumentaria de 10 para 50 gramas por ano.

Nenhum outro uso além dos propósitos científicos seriam permitidos sob os regulamentos propostos. “A importação de narcóticos e substâncias psicotrópicas canabinoides… será necessária para conduzir pesquisas científicas e testes na Rússia”, diz um regulamento elaborado pelo Ministério da Saúde. O documento afirma que é necessário o haxixe e a maconha para estudos sobre a dependência das drogas e para isolar os ingredientes ativos, citando estudos em andamento liderados por Organização Mundial da Saúde e ONU.

#PraCegoVer: ilustração mostra o logotipo da Organização Mundial da Saúde em cor azul, sobre fundo branco, personalizado com a foto de um baseado em pé no lugar do bastão onde se entrelaça a cobra, e logo abaixo a palavra “Who” também em azul.

O projeto de regulamentação citou estudos recentes que obrigaram a Organização Mundial da Saúde (OMS) a conduzir sua primeira revisão da maconha desde as Convenções Internacionais sobre Drogas de 1961 e 1971. O Comitê de peritos sobre dependência de medicamentos da OMS divulgou um relatório no passado, que enfatiza seu entendimento de que o CBD é uma substância de baixo risco, que registra benefícios para a saúde e chamou a maconha de “droga relativamente segura”. O relatório também deu credibilidade a dados científicos publicados, sugerindo que a cannabis pode desempenhar um papel no combate ao câncer.

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As discussões públicas sobre a legislação proposta estão programadas para o próximo dia 8. No ano passado, durante a Copa do Mundo da Rússia, o comitê organizador disse que os fãs de futebol estrangeiros seriam permitidos a entrarem no país portando prescrições médicas para o consumo de maconha e outras drogas, como a cocaína.

Nos últimos anos, a Rússia assumiu uma linha dura na legalização da cannabis, chegando mesmo a castigar outros países pela regulamentação da planta. Quando o governo canadense decidiu legalizar a maconha federalmente no ano passado, o Ministério de Relações Exteriores da Rússia divulgou uma declaração de que o Canadá “deliberadamente decidiu violar” acordos internacionais para combater o tráfico de drogas e limitar o uso indevido de certas substâncias.

A imprensa russa também assume um papel ativo na demonização da droga. Em 2017, a rede de notícias russa Rossiya 24 exibiu uma reportagem na qual frisou as declarações do ator Morgan Freeman contra a adulteração da Rússia nas eleições dos EUA, culpando o uso de maconha pelo ator como motivação para suas opiniões pessoais.

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#PraCegoVer: fotografia (de capa) em vista panorâmica da Praça Vermelha, na Rússia, sob um céu com nuvens em tons de cinza, branco, amarelo e vermelho.

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Sobre Dave Coutinho

Carioca, Maconheiro, Ativista na Luta pela Legalização da Maconha e outras causas. CEO "faz-tudo" e Co-fundador da Smoke Buddies, um projeto que começou em 2011 e para o qual, desde então, tenho me dedicado exclusivamente.
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