Risco de sofrimento mental em mulheres é maior em quem usa maconha, diz estudo
Segundo estudo, pesquisadores da UFPI (Universidade Federal do Piauí) identificaram que mulheres consumidoras de maconha possuíam 4,5 vezes mais chance de desenvolver sofrimento mental. As informações são do UOL Viva Bem
Estudo realizado com mulheres do Piauí mostra que se faz necessário o rastreamento do consumo de álcool, tabaco, tranquilizantes e cannabis durante a rotina de atendimento na saúde primária para prevenir um risco de desenvolvimento de sofrimento mental nessas pacientes.
Ao coletar dados em uma amostra de 369 mulheres de 20 a 59 anos nas cidades de Teresina, Parnaíba, Picos, Floriano e Bom Jesus, pesquisadores da UFPI (Universidade Federal do Piauí) identificaram que quem consumia maconha possuía 4,5 vezes mais chance de desenvolver sofrimento mental.
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O risco entre as fumantes de cigarro de tabaco era 3,5 vezes maior; entre as consumidoras de tranquilizantes, a chance era de 2,6 vezes. As mulheres que tinham padrão de consumo intenso de álcool (zona IV – possível dependência) possuíam 2,1 vezes mais chance de apresentar sintomas.
Para se chegar a essas conclusões foi adotado um método de regressão logística (quando as variáveis são avaliadas separadamente). Os resultados estão na Revista Brasileira de Enfermagem.
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Tema negligenciado
Entre agosto de 2015 e março de 2016, os autores aplicaram os questionários Alcohol Use Disorders Identification Test, Non-Student Drugs Use Questionnaire e Self-Reporting Questionnaire, além de estatísticas inferenciais durante consultas de enfermagem nas UBS (Unidades Básicas de Saúde). O trabalho foi financiado pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).
De acordo com o enfermeiro Fernando José Guedes da Silva Junior, autor principal da pesquisa, a ideia de avaliar o impacto dessas substâncias no universo feminino veio durante o mestrado, quando ele identificou que o uso de crack e derivados entre as mulheres do Piauí era superior à média nacional.
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“Além disso, o consumo de drogas entre mulheres é um tema negligenciado na saúde pública. Quisemos trazer esse foco para o doutorado”, explica Silva Junior, que é vice-líder do Grupo de Estudos sobre Enfermagem, Violência e Saúde Mental da UFPI.
O sofrimento mental, que no Brasil tem uma prevalência que oscila entre 28,7% e 53%, é uma combinação de três grupos de sintomas que incluem tristeza/desânimo, ansiedade e sintomas físicos (somatização). “Vimos que o sofrimento mental está associado, inclusive, ao aumento da ideação suicida. A identificação precoce desse quadro clínico permite intervenções que melhoram a qualidade de vida das pacientes”, observa Silva Junior.
Dentre os desafios apontados está o fato de que poucos estudos internacionais analisam o sofrimento mental em uma perspectiva de gênero. Apesar disso, afirmam os autores, há evidências de que o sexo é um fator determinante na doença mental, uma vez que os padrões de sofrimento entre as mulheres são diferentes daqueles observados nos homens.
“A sensação de insegurança e falta de esperança, rápidas mudanças sociais, consumo de álcool e outras drogas e, consequentemente, uma maior exposição a situações de violência, tornam as mulheres mais vulneráveis a esse sofrimento”.
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#PraCegoVer: fotografia (de capa) que mostra uma mão feminina com unhas grandes e anéis pomposos de cor dourada e preto que segura um grande baseado aceso de onde sai uma fumaça densa que contrasta com o fundo preto. Foto: Chris Jackson | Getty.
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