Questão de Opinião: Já passou da hora de legalizar o cultivo no Brasil

Fotografia que mostra um balão verde com o texto em preto "Maconha é questão de saúde", junto ao logo da Apepi, na parte direita da imagem, e, ao fundo, um céu com nuvens brancas. Foto: Dave Coutinho.

“Nós não podemos ficar a mercê de produtos importados para o resto da vida”, defende Margarete Brito, coordenadora executiva da Apepi, em artigo de opinião a favor do cultivo de cannabis no Brasil. Confira a íntegra, a seguir

Desde o dia 16 de março, os dois estagiários (Carolina Freitas e Víctor Hugo) e a produtora (Luiza Baratz), além dos coordenadores Margarete Brito e Marcos Lins, estão em home office. Sabemos que o problema é sério e estamos fazendo a nossa parte.

A Apepi estava ampliando todas as suas atividades. Tínhamos dois cursos marcados: um de cultivo para dia 21 de março e outro de médicos para o dia 4 de abril, ambos com turmas cheias e inscrições pagas, além da agenda para consultas médicas, mas tudo está suspenso e sem previsão de voltar, diante da ordem de isolamento para contenção da pandemia.

A terceira edição do Seminário Internacional de Cannabis Medicinal — Um Olhar para o Futuro, que seria em junho e estava em fase inicial de produção, também foi adiada para os dias 20 e 21 de setembro, sem a certeza também se poderá acontecer de fato.

Os associados que utilizam óleos da Revivid, através da compra coletiva que a Apepi faz mensalmente, estão prejudicados,  a fábrica que fica no Estado do Colorado está operando com poucos funcionários devido ao coronavírus, com isso deverá atrasar nossos pedidos.

Leia: A história de quem depende do óleo de maconha no Brasil

Infelizmente a Apepi ainda não consegue fornecer óleo artesanal da sua plantação para os quase 550 associados. Esperamos que essa crise mostre, mais uma vez,  que já passou da hora de legalizar o cultivo no Brasil, nós não podemos ficar a mercê de produtos importados para o resto da vida! Apepi aguarda, há quase 1 ano, decisão judicial para ampliar o cultivo coletivo da Associação, que corre na 4ª Vara Federal do RJ.

Os produtos artesanais fornecidos por inúmeras associações e cultivadores independentes, na sua maioria são ricos em THC, pacientes que necessitam de altas doses de CBD, principalmente crianças que se deram melhor com produtos purificados, deverão ficar mais prejudicados nessa crise da pandemia.

A maioria dos pacientes não tem condições de fazer estoques de produtos importados, porque é muito caro, mal conseguem arcar com 1 frasco por mês, mas nesse momento de crise, aqueles que puderem façam estoque para os próximos meses ou conversem com seus médicos sobre a possibilidade de mudança de produtos, seja de outras marcas ou artesanais.

Para a Apepi é um tempo de grande desafio porque dependemos dos cursos, consultas médicas, parceria das compras coletivas e seminários que fazemos para manter nossa sustentabilidade e as portas abertas, mas tanto os ASSOCIADOS, quanto os COLABORADORES  estão fazendo a sua parte com muita cumplicidade e união, estamos todos solidários e faremos o possível para cuidar uns dos outros até passar essa crise.

Nota da redação: Questão de Opinião é uma série que reunirá opiniões, análises e comentários de influenciadores, pesquisadores e profissionais ligados ao universo canábico. Nem sempre a opinião publicada aqui corresponderá à da redação, porém, vemos importância em dar voz a todos. Quer ver sua opinião na Smoke Buddies, escreva para redacao@smokebuddies.com.br com o assunto “Questão de Opinião”.

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#PraCegoVer: em destaque, fotografia que mostra um balão verde com o texto em preto “Maconha é questão de saúde”, junto ao logo da Apepi, na parte direita da imagem, e, ao fundo, um céu com nuvens brancas. Foto: Dave Coutinho | Smoke Buddies.

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