Quem são os investidores tentando erguer a ‘Monsanto da Maconha’

A legalização da maconha está proporcionando um boom econômico no Canadá e nos EUA, onde o que se observa é uma verdadeira corrida do ouro. E nessa disputa por um lugar no negócio bilionário da erva, um investidor com planos obscuros ao estilo “Monsanto” pretende atingir o topo do mercado e por um fim à era da cannabis artesanal. Saiba mais no artigo de Amanda Chicago Lewis para o GQ, via GQ Brasil.

Em novembro de 2016, durante o maior encontro de negócios ligados à maconha nos Estados Unidos, conheci um sujeito cujo nome remete ao personagem Mogli, de O Livro da Selva. Seu nome era Mowgli Holmes. Eu não podia imaginar que ele me faria mergulhar em uma busca de meses que envolveria uma empresa obscura – potencialmente valendo milhões de dólares –, os mais importantes cientistas de cannabis do mundo e o ex-apresentador de talk show Montel Williams, tudo para descobrir uma trama audaciosa com profundas implicações para um dos maiores produtos agrícolas do país.

Holmes é PhD pela Universidade de Columbia e dirigia um laboratório em Portland, Oregon, no qual vinha mapeando a genética de todo tipo de maconha. Essa base de dados, uma enorme coletânea do DNA da cannabis, capturou um momento muito específico no tempo, um momento que Holmes acreditava estar prestes a acabar: a era da maconha artesanal teria alcançado seu pico, e a da maconha corporativa estava apenas começando.

Segundo Holmes, uma empresa chamada BioTech Institute LLC começou a registrar patentes de cannabis. Três já foram concedidas e várias outras estão em andamento, nos Estados Unidos e em outros países. E não são patentes limitadas a tipos individuais, como a Sour Diesel. São patentes de utilidade, como é chamada a proteção de propriedade intelectual máxima disponível para o cultivo.

A patente de utilidade é tão rigorosa que quase todos que entrarem em contato com a planta podem ficar sujeitos à chamada “taxa de licenciamento”. Mesmo depois de pagar royalties, uma pessoa ou empresa não poderá usar as sementes produzidas pelas plantas que cultiva; só é permitido comprar mais sementes patenteadas. “As patentes de utilidade são muito abrangentes. É assustador”, disse Holmes. “Toda a cannabis seria bloqueada. Os donos das patentes poderiam processar pessoas por plantar em seus quintais.”

Ouro verde

A indústria da maconha movimenta mais de US$ 40 bilhões, o que a torna a segunda cultura mais valiosa dos EUA – depois do milho. A erva segue proibida pelo governo federal (a liberação para uso da maconha com fins recreativos ainda tem alcance apenas estadual, como ocorreu neste mês de janeiro na Califórnia), mas parece que a pessoa por trás da BioTech Institute passou os últimos anos manobrando para agarrar todos os produtores, vendedores e cientistas de maconha no país. Com isso, ao que parece, assim que a droga se tornar legal, tudo o que a empresa terá de fazer para receber dinheiro pelo uso de suas patentes é pressionar.

“O mais louco é que ninguém sabe quem está por trás disso ou quando eles planejam executar o que têm”, disse Holmes. Ele tinha ouvido  dizer que a BioTech pertencia a um misterioso bilionário com uma agenda obscura. Corri atrás de uma fonte confiável, que faz um trabalho médico sério, e quando perguntei sobre a BioTech Institute, ela engasgou e me enviou um memorando que circulava havia dois meses entre os pesquisadores de maconha mais influentes. Tratava-se de uma explicação da BioTech Institute sobre a propriedade intelectual da maconha assinada por um geneticista da erva, Reggie Gaudino. Ele estimou que, somadas, todas as patentes desejadas pela empresa valeriam centenas de milhões de dólares e, em algum momento, poderiam afetar todas as variedades de maconha atualmente cultivadas.

Uma fonte familiarizada com o processo de patenteamento da BioTech Institute estimou que a empresa já gastou pelo menos US$ 250 mil em pesquisas e taxas jurídicas de cada patente. Porém, fora dessas patentes, a BioTech mal existe. A empresa não tem site, não fabrica produtos e não tem lojas de maconha. O inventor mais notável nas patentes da companhia é um sujeito que parece dividir-se entre os mercados legal e negro da maconha, chamado Michael Backes, figura de renome nos círculos da cannabis da Califórnia. Alguns o chamam de Morpheus, seu nome de usuário em fóruns de discussão sobre o tema.

Estamos em uma corrida pelo registro de patentes relacionadas à maconha que lembra a feita nos anos 1980 por empresas como a Pioneer, que desenvolve sementes.

E ele realmente parece uma versão branca do personagem do filme Matrix: careca, provocador e com olhos penetrantes. Backes cofundou uma das clínicas de maconha mais conhecidas de Los Angeles e está familiarizado com espécies raras de todas as partes do mundo. Ele também foi consultor nos romances do escritor, produtor e roteirista Michael Crichton (que tem Jurassic Park, Westworld e Assédio Sexual entre suas obras) e em outros blockbusters de Hollywood.

Decidi enviar um e-mail para Backes. Ele se recusou a falar e disse que não estava mais trabalhando com a BioTech Institute. Mais adiante, bisbilhotando aqui e ali, cheguei a várias empresas administradas por pessoas associadas à BioTech, com base nos mesmos escritórios de advogados. Havia a BHC Consultants, a NaPro Research e a Phytecs, a mais interessante. A Phytecs tem um site, mas ainda não vende nada e nunca usa as palavras maconha ou cannabis – atitude clássica dos chamados “garimpeiros verdes” para minimizar o risco jurídico.

Em vez disso, ela fala sobre “produtos e terapias visando ao sistema endocanabinoide”, relacionado aos receptores no corpo que respondem aos compostos primários da maconha, chamados de canabinoide. Trabalhar com canabinoides geralmente é mais lícito do que trabalhar com cannabis porque eles podem ser sintetizados em laboratório ou extraídos de outras plantas.

A equipe da Phytecs inclui duas das maiores autoridades em cannabis do mundo: o lendário bioquímico que descobriu que o THC é o que dá barato e um neurologista chamado Ethan Russo, que ajudou a desenvolver as primeiras drogas modernas prescritas derivadas da maconha. Por telefone, Russo disse que a Phytecs é uma empresa de pesquisa e desenvolvimento muito pequena com planos de criar produtos com e sem cannabis. “Temos um programa muito ativo em dermatologia”, disse ele, envolvendo potencialmente a prescrição de produtos e cosméticos sem receita médica.

Então a Phytecs e a BioTech Institute fariam parte de um empreendimento único e maior? Russo direcionou minhas perguntas aos seus advogados. “Alguns desses assuntos são delicados. Obviamente, estamos envolvidos em um negócio cuja legalidade, bem… Nós temos o atual governo”, disse ele, perguntando-se em voz alta o que aconteceria com a cannabis na era Trump. E concluiu: “Precisamos ser discretos”.

Modelo de negócios

A essa altura comecei a desconsiderar a possibilidade de que um fora da lei estivesse por trás da BioTech Institute. Tudo parecia muito fundamentado na lógica empresarial convencional. A BioTech Institute parecia seguir os passos de grandes companhias agrícolas, como a Pioneer e a Monsanto, que começaram a acumular patentes de utilidade em cultivos convencionais na década de 1980, quando as patentes de plantas se tornaram legais. No início, as companhias agrícolas buscaram patentes para proteger os organismos geneticamente modificados que levaram anos e milhões de dólares para serem desenvolvidos, como o milho resistente a agrotóxicos.

No entanto, ao longo do tempo, a aquisição de patentes de utilidade da planta transformou-se em uma corrida por direitos e privilégios. Era muito provável que as pessoas que estavam por trás da BioTech Institute fossem garimpeiros verdes que ficaram anônimos para evitar serem associados a um esforço legítimo. Mas quem eram? Gente de Hollywood, executivos do Vale do Silício, astros do hip-hop, ex-atletas? O investidor poderia ser qualquer um.

A investigação deu uma guinada surreal em outro dia de fevereiro, enquanto eu passava uma hora apreensiva no lobby do Ritz-Carlton, no centro de Los Angeles, esperando uma celebridade que estava atrasada. Minha investigação levou a um nome bastante inesperado: o ex-apresentador de talk show Montel Williams. Ao contrário de Whoopi Goldberg ou Willie Nelson, garimpeiros verdes que entraram no jogo da maconha apenas recentemente, Williams era um empresário da erva muito antes de isso virar moda.

Seis anos atrás, ele ajudou a criar uma clínica de maconha em Sacramento chamada Abatin Wellness Center, que compartilhava pessoal-chave com a BioTech Institute. Em 2012, Backes foi descrito em uma entrevista como o “chefe de pesquisa e desenvolvimento da Abatin”, e, em 2016, o advogado que administra a Phytecs e a BioTech Institute foi citado como presidente da Abatin. Liguei para a atual responsável pela clínica de Sacramento, Aundre Speciale, que afirmou ainda trabalhar com Backes, embora ela própria não faça parte da Phytecs ou da BioTech Institute. “São grupos separados, mas algumas coisas se sobrepõem”, disse ela. “Nós temos diversas recombinações.”

Em uma entrevista de 2013, Williams havia mencionado que ele não estava mais trabalhando com a Abatin, mas parecia totalmente possível que tivesse dinheiro e know-how suficientes para financiar a BioTech Institute. Afinal, o homem esteve na TV por 17 anos e já havia sido pago para vender de tudo – de liquidificadores a empréstimos bancários.

Williams finalmente chegou ao Ritz, usando uma camisa lilás de botões, com colarinho branco e várias joias brilhantes, talvez incrustações de diamantes. Estava acompanhado de Jonathan Franks, seu braço direito. Williams tem pregado sobre os benefícios da maconha medicinal desde que foi diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica, em 1999. Ele estava na cidade para promover sua nova fabricante de óleo de cannabis, a Lenitiv Labs, em um evento chamado CannaCool Lounge. Perguntei se ele havia adquirido alguma patente. “Não”, ele respondeu.

Em outro momento do encontro, o diretor médico da Phytecs, Ethan Russo, surgiu na conversa, e perguntei a Williams se eles estavam trabalhando juntos. Ele disse que tinham trabalhado no passado, quando ele estava na Abatin. Fiquei surpresa ao ouvir Williams associar Russo com seu tempo na Abatin, já que ele negou ter trabalhado na empresa. Também lhe perguntei se ele tinha trabalhado com Michael Backes na Abatin. “Sim, sim. Mas depois eu meio que me separei completamente desse grupo e saí do negócio por um tempo”, afirmou. Ele não quis dizer o motivo.

Então Williams não havia financiado as patentes, mas estava realmente começando a parecer que as pessoas por trás de Abatin, Phytecs e BioTech Institute trabalhavam juntas há algum tempo. Depois da entrevista, eu esperava o valet quando, de repente, Franks começou a me contar por que Williams tinha deixado a Abatin. “Isso o deixava acordado à noite”, disse. “E, francamente, também estava deixando os investidores sem dormir. Porque o investidor naquela sala tem esposa e dois filhos em casa. Parecia que ele tinha envelhecido dez anos em 18 meses.”

O investidor, finalmente! Um único investidor, que tem dois filhos. Agora estávamos chegando a algum lugar. Esta poderia muito bem ser a mesma pessoa que estava financiando a BioTech Institute. Cheguei ao CannaCool Lounge algumas horas depois decidida a fazer Franks falar mais. Williams, com uma camisa preta de gola alta e jeans preto, fazia o que ele faz melhor: conectava-se com os fãs e vendia seu produto. Quando encontrei Franks, o suor escorria-lhe pelo rosto. Perguntei sobre o investidor e ele sorriu. “Você nunca o encontrará”, disse. “Não há sinais dele na internet.”

Perguntei sobre a relação entre a Abatin e as outras empresas. “Já tiveram tantos nomes”, respondeu Franks. “Um cara tem dinheiro.” “Mas como ele conseguiu dinheiro?”, perguntei. “Cosméticos”, ele disse. As palavras de Russo sobre a Phytecs desenvolver produtos para a pele voltavam para mim. “Trabalhei para ele por um tempo”, acrescentou Franks. “Ele mora em Beverly Hills. Eles não são maus. Abatin tentou abrir uma clínica de maconha em Washington, D.C.”, disse. “Procure lá.”

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Um mês depois, recebi uma série de e-mails do Departamento de Saúde, em Washington. Foram os resultados do meu pedido à Lei de Acesso à Informação para cada petição ao programa de uso da maconha medicinal. A Abatin não recebeu nenhuma licença para clínica de maconha, mas foi aprovado um centro de cultura que, atualmente, está cultivando cannabis para pacientes com doença coronariana cardíaca.

Encontrei os documentos da Abatin e comecei a pesquisar. Na primeira página completa, em uma lista de cada membro da parceria ou empresa de responsabilidade limitada, logo abaixo de Montel Williams, estava o nome de um homem que morava em Beverly Hills e ganhava dinheiro com cosméticos: Shawn Sedaghat.

Agora que eu tinha o nome de Sedaghat, não era impossível encontrá-lo on-line. Segundo o LA Times, Sedaghat vendeu a empresa de embalagens para cosméticos de sua família por US$ 255 milhões em 1997. Desde então, teria fundado ao menos dois negócios de cosméticos. (Uma curiosidade: sua mansão de US$ 10,3 milhões, em Beverly Hills, apareceu no videoclipe Slumber Party, de Britney Spears.)

Também descobri que no livro de Backes, Cannabis Pharmacy, de 2014, uma das primeiras pessoas que ele agradece é Shawn, “por sua visão inigualável”. Uma fonte familiarizada com o trabalho de Backes mencionou que sua pesquisa estava sendo financiada por um homem do Oriente Médio que dirigia uma empresa de embalagens para cosméticos.

E Fred Gardner, editor do O’Shaughnessy’s, periódico médico sobre maconha, disse que outro dos inventores das patentes da BioTech o apresentou a um iraniano chamado Shawn em um festival de cannabis, em 2014 ou 2015. “Tive a impressão de que era ele quem tomava as decisões naquele negócio”, Gardner lembrou.

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Mas Shawn Sedaghat era realmente um bilionário? Em uma malsucedida solicitação da Abatin para abrir uma cliníca de maconha em Nova Jersey, em 2011, a carta de um banco dizia: “Shawn Sedaghat e afiliados têm balanços de oito dígitos altos” – em outras palavras, quase US$ 100 milhões.

Logo vim a saber que a atual empresa de embalagens de cosméticos de Sedaghat, a Yonwoo/PKG, tem um escritório no mesmo arranha-céu que a Phytecs e a BioTech Institute. A Yonwoo/PKG está na sala número 2.240; o número 2.250 pertence a Gary Hiller, advogado que administra a Phytecs e a BioTech. Todas as vezes em que estive lá, disseram que Hiller e Sedaghat estavam fora da cidade. Uma vez, Don Duncan, um famoso ativista da maconha, atendeu a porta da sala de Hiller e disse que trabalhava para a BHC Consultants. “Quem não fazia parte dessa obscura rede de empresas?”, eu me perguntava. Duncan referia-se às duas salas como “negócios separados, mas da mesma família” (mais tarde, ele negou conhecer o envolvimento de Sedaghat).

Começava a parecer que Hiller e Sedaghat estavam por trás de um conglomerado dissimulado. Mais tarde, encontrei pelo menos sete empresas com os nomes ou endereços de Hiller e Sedaghat, seis das quais apresentaram formulários de renovação nos últimos dois anos. E um pesquisador de cannabis, quando abordado sobre um trabalho feito por alguém envolvido com a BioTech Institute, me disse: “Estou 100% convicto de que este é um único grupo de pessoas trabalhando juntas sob vários nomes”.

Hiller disse que Sedaghat não era o principal investidor por trás da BioTech Institute e que a BioTech, a Phytecs, a NaPro e a BHC não têm relação, além do fato de ele estar envolvido com cada uma dessas empresas e apesar de indivíduos de algumas delas colaborarem entre si de vez em quando. O advogado de Sedaghat confirmou que ele faz parte da Phytecs e “é um investidor que tem relações comerciais com uma série de multinacionais que não envolvem a cannabis, mas que podem ter tido ou têm, atualmente, algum envolvimento na obtenção de propriedade intelectual relacionada com a cannabis”. No entanto, disse, “Sedaghat não era um investidor e não estaria, de forma alguma, profissionalmente afiliado a qualquer negócio relacionado à cannabis” desde 2015.

Mas, qualquer que seja a participação de cada um no negócio, o fato é que, com quase ninguém prestando atenção, quem quer que estivesse por trás da BioTech Institute deu uma tacada brilhante e absolutamente lícita. Eu ainda não sabia se eles pretendiam começar a cobrar taxas de licenciamento e, em caso afirmativo, se permitiriam que a pesquisa fosse feita a um valor acessível.

De repente parecia possível que, mesmo se os Estados Unidos legalizassem a maconha, o boom antecipado de ensaios clínicos e de descobertas médicas nunca chegaria a passar. Uma potencial revolução na saúde e no bem-estar pode se transformar em lamúria, com a inovação cercada pelas cláusulas restritivas das patentes.

Se o resto de suas patentes forem aprovadas e eles as mantiverem legalmente, a BioTech Institute pode criar um monopólio sobre a propriedade intelectual crucial de uma commodity cujos efeitos calmantes e de alteração da mente a tornam mais valiosa que o trigo. E não haverá nada que se possa fazer a esse respeito.

ADVOGADOS DO OURO VERDE

Montel Williams

Maconha (Foto: Divulgação)

Desde que foi diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica, em 1999, o astro, que comandou seu talk show por 17 anos, tem defendido o uso medicinal da maconha. Ele criou sua própria empresa de fármacos à base de cannabis, a Lenitiv labs.

Whoopi Goldberg

Maconha (Foto: Divulgação)

Em 2016, a atriz lançou cremes e bálsamos para mulheres à base de cannabis. A linha medicinal inclui um produto que ajuda a amenizar as cólicas menstruais. “tive menstruações difíceis. a cannabis era o único alívio”, diz ela.

Willie Nelson

Maconha (Foto: Divulgação)

Defensor da legalização da maconha há décadas, o cantor country lançou em 2015 a willie’s reserve, uma “linha de luxo” de maconha, vendida nos estados americanos em que o uso recreativo da droga é legalizado. Erva digna de connoisseur.

Esse texto foi publicado originalmente na edição de setembro de 2017 com o título “The Great Pot Monopoly Mistery”.

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