Quarentena faz americanos correrem para estocar maconha

Fotografia em vista superior que mostra um saco plástico abarrotado de buds secos de maconha e um fundo branco. Imagem: Pxfuel.

Muitos estadunidenses foram às compras, nas últimas semanas, para estocar bens como papel higiênico, enlatados, álcool em gel e maconha, considerada essencial em vários estados. As informações são do NYT, via O Globo

Com a rápida disseminação da pandemia do novo coronavírus pelos Estados Unidos, muitos americanos foram obrigados a ficar isolados em suas casas, com permissão para sair apenas para uma emergência médica ou para comprar itens de extrema necessidade. Alimentos, naturalmente. Remédios controlados, claro. Gasolina para o carro. E, em muitos lugares, a maconha integra essa lista.

Na última semana, vários estados concordaram com o fechamento de lojas que não vendem itens essenciais, mas defenderam que locais que comercializam maconha, inclusive para fins medicinais, deveriam ficar abertos. Prova de que, para alguns americanos, a cannabis é tão necessária quanto o leite e o pão.

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Na maioria dos casos, lojas que vendem maconha são obrigadas, assim como os restaurantes, a fazer entregas ou deixar as encomendas na calçada.

Muitos americanos correram aos supermercados, nas últimas semanas, para estocar bens como papel higiênico, enlatados e álcool em gel. Os moradores de estados onde a maconha é legalizada — entre eles, Califórnia, Oregon e Michigan — também se preocuparam em comprar maconha e produtos derivados dela suficientes para semanas, ou, quem sabe, meses de isolamento social.

Segundo Liz Connor, diretora de análises da Headset, empresa que pesquisa o mercado da maconha, após a instauração da quarentena, semana passada, na região de São Francisco, as vendas de cannabis cresceram mais de 150% se comparadas ao mesmo período, no ano passado.

De acordo com ela, vendas tão altas assim só foram vistas em datas como o 20 de abril, considerado o feriado anual não oficial de apreciação da maconha. Ainda segundo a empresa, mulheres e jovens — a Geração Z — foram os grande responsáveis pelo aumento das vendas.

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“Isso mostra que, para muitas pessoas, a maconha é um bem de consumo como outro qualquer, como a cerveja ou o vinho”, afirmou Connor, que relacionou a alta na venda desses produtos com algumas precauções para evitar o contágio. “Essa, provavelmente, é a maneira mais fácil de ficar alto sem ter que tocar muito o seu rosto”, resumiu.

Na segunda, o prefeito de Denver, Colorado, colocou as lojas de bebida e as que vendem maconha para fins recreativos entre os estabelecimentos não essenciais que ficarão fechados por três semanas, o que gerou enormes filas do lado de fora das lojas. Os estabelecimentos que vendem maconha com fins medicinais ficariam abertos mas, após um protesto, também tiveram que encerrar suas atividades.

A Pennsylvania permitiu o funcionamento das lojas que vendem maconha, mas mandou fechar as que vendem bebidas. Entretanto, muitos estados, inclusive Nova York, consideraram as lojas de bebidas alcoólicas como serviço essencial, podendo, por isso, ficar abertas.

Na última semana, as vendas de maconha foram alavancadas em muitos estados, como Califórnia, Colorado, Washington e Pennsylvania, onde o Ilera Healthcare, um ambulatório na cidade de Plymouth Meeting, obteve o maior volume em toda sua existência, de acordo com Greg Rochlin, diretor executivo da empresa.

“As pessoas estavam preocupadas, achando que fecharíamos”, disse Rochlin, comparando a corrida pela maconha à caça ao papel higiênico.

A fim de cumprir as regras de isolamento social e suprir as necessidades de seus compradores, muitas lojas tiveram que se adaptar oferecendo mais opções de delivery.

A Curaleaf, que conta com 53 lojas em 17 estados, reservou sua primeira hora de funcionamento para consumidores com 60 anos ou mais. Ela também criou um aplicativo, disponível em Maryland, New Jersey e Nevada, que permite aos consumidores comprarem de dentro de seus carros, em uma espécie de ‘drive-thru’.

Apesar do aumento da procura, nem todos os estados americanos que ordenaram o fechamento dos negócios por conta da pandemia estão autorizados a vender maconha, de forma legal, para atender aos usuários.

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#PraCegoVer: em destaque, fotografia em vista superior que mostra um saco plástico abarrotado de buds secos de cannabis e um fundo branco. Imagem: Pxfuel.

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