PMs de tropa de elite são presos sob suspeita de favorecer tráfico de drogas em SP

Fotografia que mostra a parte de trás de uma viatura do 7º Baep estacionada em diagonal em um pátio da PM. Imagem: reprodução.

Doze policiais de uma unidade de elite, que tem entre as prioridades o combate ao tráfico de drogas, foram presos preventivamente. As informações são da Folha

Ao menos 13 policiais militares foram presos na manhã dessa quarta-feira (16) pela Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo sob a suspeita de participação de crimes de concussão e tráfico de drogas.

O crime de concussão se configura quando o funcionário público exige, para si ou para outro, vantagem indevida direta ou indiretamente, mesmo que fora da função ou antes de assumir o cargo.

Um sargento foi preso em flagrante com porções de maconha, crack e granadas de munição química que estavam dentro do armário de uma unidade do Baep (Batalhão de Operações Especiais), na Mooca (zona leste da capital), onde trabalha a maioria dos suspeitos.

Essa unidade do Baep, unidade de elite da PM, foi criada pela gestão João Doria (PSDB) no ano passado e tem entre as prioridades o combate ao crime organizado e ao tráfico de entorpecentes, sobretudo contra facções criminosas como o PCC.

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Doze desses PMs foram presos preventivamente por determinação do TJM (Tribunal de Justiça Militar), dentro de uma investigação conduzida pela Corregedoria envolvendo cerca de 24 policiais, segundo a Folha apurou com pessoas ligadas à investigação.

Além das prisões, a Justiça determinou a realização de buscas e apreensões nas casas, nos veículos e nos armários desses policiais na sede do Baep. Foi durante o cumprimento dos mandados que membros da Corregedoria prenderam o sargento em flagrante.

Isso ocorreu após os cães farejadores apontarem a existência de drogas ilícitas em um dos armários. Neste armário, que estava em nome do sargento, foram encontrados 25 papelotes de maconha (18,3 gramas), três porções de crack (4,9 gramas) e sete granadas de munição química.

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Ao ser questionado pela Corregedoria, o policial informou que a droga não pertencia a ele, até por que estava em férias desde novembro. O sargento afirmou ainda que outros policiais, que não sabia o nome, estavam usando o armário em nome dele — fato corriqueiro.

A prisão do sargento foi relaxada nesta quinta (17), mas a prisão dos outros 12 policiais envolvidos foi mantida.

Procurados, o TJM e a Polícia Militar não confirmaram se outros policiais foram presos com droga.

Em nota, a PM informou que “possui uma Corregedoria que, além de investigar e proteger policiais, caracteriza-se pela sua proatividade no trabalho de fiscalização, seja pelas ações da Patrulha Disciplinar Ostensiva (PDO), seja por meio de ações de fiscalização como as executadas nessa quarta (16), no Comando de Policiamento de Área Metropolitana 1, região central da cidade”.

Para a Polícia Militar, ações de fiscalização continuarão sendo feitas “com foco no fortalecimento da disciplina e na correção de atitudes”.

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