Pesquisa financiada por grupo proibicionista mostra grande apoio à legalização da maconha

Fotografia mostra um ramalhete de maconha com a maior parte das folhas em tom escuro de marrom e as mãos que o seguram, à frente de uma parede branca onde está fixada uma placa verde com a expressão "Mary Jane Ave". Imagem: Unsplash / Jordan Brandt.

Os resultados de uma pesquisa de opinião realizada pelo Smart Approaches to Marijuana revelam que 68% dos estadunidenses são favoráveis a alguma forma de regulamentação da cannabis

Uma nova pesquisa financiada pelo grupo proibicionista dos EUA Smart Approaches to Marijuana (SAM) descobriu que a grande maioria dos estadunidenses acha que a maconha deveria ser legal para fins médicos ou uso adulto.

A pesquisa descobriu que, das quatro opções separadas, o apoio à legalização do uso adulto foi o mais alto, com 38% dos eleitores estadunidenses apoiando. Isso foi seguido pelo apoio à legalização da cannabis medicinal (30%), descriminalização (18,5%) e proibição (13,5%). Ou seja, cerca de 68% dos americanos são a favor de alguma forma de maconha regulamentada.

Leia também: EUA: Vários estados em jogo para legalizar a maconha neste ano por meio de legislação

Entretanto, o SAM deve ter feito a mesma escola de mentira e manipulação de dados que Osmar Terra, Damares e companhia. O grupo está apresentando os resultados da pesquisa conduzida pelo Emerson College de forma falaciosa, dizendo que, quando as pessoas são apresentadas a várias opções de reforma da maconha, apenas uma minoria apoia a legalização do uso adulto.

Em um gráfico, eles colocam o resultado da opção de apoio à legalização do uso adulto em uma coluna e agrupam as outras três opções (medicinal, descriminalização e proibição) em outra coluna com a legenda “Outras Políticas de Não Legalização da Maconha” fazendo parecer que a maioria das pessoas prefere a não legalização.

Imagem: Smart Approaches to Marijuana.

“A indústria da maconha, que está sendo rapidamente tomada pelos gigantes da indústria do tabaco, indústria do álcool e até da indústria farmacêutica, quer que os legisladores acreditem que ela goza de amplo apoio entre os eleitores”, argumentou o presidente do SAM, Kevin Sabet, em um comunicado à imprensa. “Ela empurra essa narrativa falsa do público e usa os tomadores de decisão para expandir seu modelo de negócios ‘vício para o lucro’”.

 

 

 

Leia também: Cinco discursos equivocados de Osmar Terra que reforçam o proibicionismo

Para o desespero do grupo proibicionista, além da pesquisa que ele mesmo financiou, várias outras pesquisas apontam há anos que os americanos querem a legalização da maconha.

Mantendo os resultados de 2020, a pesquisa Gallup do ano passado viu novamente 68% dos estadunidenses apoiando a legalização da maconha.

A pesquisa do Pew Research Center conduzida em abril passado mostra que 91% dos adultos nos EUA diz que a maconha deve ser legal para uso medicinal e adulto (60%) ou que deve ser legal para uso médico apenas (31%) — menos de um em cada dez (8%) diz que a planta não deve ser legal para uso por adultos.

Enquanto isso, aqui no Brasil a evolução da opinião pública sobre a maconha ainda engatinha no âmbito do uso medicinal. Em pesquisa realizada pela Exame/Ideia em maio do ano passado, 78% dos brasileiros disseram ser favoráveis ao uso de cannabis para fins medicinais e 77% afirmaram que usariam esse tipo de tratamento se receitado por um médico.

Leia mais:

Vacinações de primeira dose quadruplicam após Quebec exigir prova de vacina em lojas de maconha

#PraTodosVerem: fotografia mostra um ramalhete de maconha com a maior parte das folhas em tom escuro de marrom e as mãos que o seguram, à frente de uma parede branca onde está fixada uma placa verde com a expressão “Mary Jane Ave”. Imagem: Unsplash / Jordan Brandt.

Deixe seu comentário
Assine a nossa newsletter e receba as melhores matérias diretamente no seu email!