Para Presidente da Anvisa, há esperança na mudança das leis para cultivo de maconha

Em debate na Rádio Jornal, Jarbas Barbosa disse acreditar que há uma perspectiva de que, no Brasil, se verifique a legislação para dar garantia jurídica a quem resolver plantar (maconha) e fabricar a medicação para não ser confundido como crime. As informações são do JC Online

Ao participar do debate da Supermanhã, da Rádio Jornal, o médico pernambucano Jarbas Barbosa, que é diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), falou sobre as discussões, no País, relacionadas à plantação e ao uso da maconha para fins medicinais. Ele também destacou que o canabidiol, medicamento produzido com substância encontrada na maconha, é um avanço para crianças e adolescentes que têm síndromes neurológicas graves com vários episódios de convulsões ao dia.

“Trinta, quarenta, às vezes, que limitam o desenvolvimento e a qualidade de vida. E os medicamentos atualmente registrados não têm eficácia de 30% superior nesses casos”, destacou o médico.

“Seguramente, eu creio que há uma perspectiva de que, no Brasil, se verifique a legislação para dar garantia jurídica a quem resolver plantar (maconha) e fabricar a medicação para não ser confundido com tráfico, poder produzir o medicamento e ajudar as pessoas que precisam”, disse Jarbas Barbosa durante o debate realizado no último dia 29 e que contou com a participação do comunicador Geraldo Freire, do endocrinologista Francisco Bandeira e da jornalista Cinthya Leite, do Jornal do Comercio.

Como exemplo, Jarbas Barbosa citou o medicamento Sativex, que tem como um dos princípios ativos o canabidiol, substância encontrada na maconha. “Foi registrado no Reino Unido, onde tem autorização de plantação (de maconha) para fabricação do medicamento também para quadros neurológicos. Foi pedido registro no Brasil”, destacou o presidente da Anvisa.

Foto: Marcelo Camargo / Agencia Brasil

Foto: Marcelo Camargo / Agencia Brasil

Muita gente acha que isso (canabidiol) vai estimular o uso de maconha e tem nada a ver uma coisa com a outra”, diz Jarbas Barbosa

O presidente da Anvisa informou que, em 2015, organizou um painel científico para avaliar o canabidiol. “Ainda tem muita polêmica, muita gente que confunde, acha que isso vai estimular o uso de maconha e tem nada a ver uma coisa com a outra. Do que as famílias se queixam é custo, pois têm que fazer a importação. Então, tem um debate se o SUS (Sistema Único de Saúde) deveria incorporar (o canabidiol) ou não.”

ESTUDO

O presidente da Anvisa ainda fez referência a um estudo da Academia Norte-Americana de Neurologia que acompanha 10 mil pacientes. “Em casos de Parkinson e outras condições, o canabidiol tem efeito benéfico praticamente sem efeitos adversos, exceto um pequeno aumento de sonolência em 1% a 2% dos casos. Ou seja, isso é nada. Nós (a Anvisa) já liberamos mais de 1,4 mil importações desde o ano passado”, frisou Jarbas Barbosa.

Deixe seu comentário
Assine a nossa newsletter e receba as melhores matérias diretamente no seu email!