ONU: relatório relaciona tabaco e álcool com o uso de drogas ilícitas

O consumo de álcool e tabaco por jovens e crianças está intimamente ligado ao uso de drogas ilícitas na fase adulta, segundo nota do órgão de controle de narcóticos da ONU, traduzida pela Smoke Buddies

O relatório anual do Conselho Internacional de Controle de Narcóticos (INCB) cita estudos que revelam que, em jovens com idades entre 16 e 19 anos, o uso precoce de álcool, tabaco e cannabis leva a uma maior probabilidade de uso de opiáceos e cocaína na idade adulta.

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O relatório também mostra que o abuso de substâncias e as consequências associadas à saúde são mais altas entre os jovens, com a cannabis sendo a substância mais usada. A maior taxa de uso, entre jovens de 15 a 16 anos, está na Europa (13,9%), seguida pelas Américas (11,6%), Oceania (11,4%), África (6,6%) e Ásia (2,7%).

A descriminalização da cannabis em alguns países é criticada pelo INCB, cujo presidente, Cornelis P. de Joncheere, disse que, das substâncias controladas internacionalmente, a droga continua a desempenhar o papel mais proeminente entre adolescentes e adultos.

“Prestamos atenção especial a esse desenvolvimento e destacamos nossa preocupação com a situação em alguns países que se moveram para permitir o uso de substâncias controladas, como a maconha, para uso não médico, contrariando as disposições e suas obrigações sob os tratados de controle de drogas”, disse o Sr. de Joncheere.

Prevenir, tratar, educar

O relatório estabelece várias recomendações para combater o problema, com base em padrões internacionais elaborados pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os programas de prevenção devem incluir um foco nas habilidades familiares e parentais, estabelecendo regras e limites para os jovens; apoio escolar para o desenvolvimento de habilidades pessoais e sociais; a disponibilidade de triagem, avaliação e aconselhamento nas escolas; e aplicação rigorosa de regulamentos relacionados ao acesso a medicamentos com qualidades psicoativas e ao tabaco, álcool e cannabis.

Para melhorar a eficácia dos programas de prevenção, os governos, afirma o relatório, devem monitorar as tendências em mudança no uso de drogas psicoativas entre os jovens e investir no desenvolvimento de conhecimentos nacionais.

Afeganistão: economia de ópio maior do que exportações legais

O controle das drogas continua sendo um grande desafio no Afeganistão, observa o relatório, com a economia de opiáceos ainda maior que o valor das exportações legais de bens e serviços do país. Isso ocorre apesar de uma redução substancial na área total usada para o cultivo ilegal de papoula em 2018, devido à seca severa.

O INCB reitera a importância de abordar a economia de drogas ilegais no Afeganistão, como parte dos esforços gerais para promover a paz, a segurança e o desenvolvimento sustentável no país.

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#PraCegoVer: foto (de capa) que mostra um garoto de 19 anos segurando um cigarro industrializado de tabaco aceso e sentado em sua cama em um abrigo para crianças que vivem ou trabalham nas ruas, em Odessa, Ucrânia. Foto: UNICEF / Giacomo Pirozzi.

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