Oferta legal não atende demanda por maconha adulta no Uruguai

Foto em plano fechado e vista superior que mostra a flor de um pé de maconha, com pistilos marrons, e, ao fundo, diversas folhas da planta que preenchem a imagem. Foto: Pexels. Empreender

Nos últimos meses, uma média de cerca de 8.000 usuários compraram maconha pelo menos uma vez por mês em uma farmácia — 20% dos 41.143 consumidores registrados. Com informações do MJBizDaily e tradução Smoke Buddies

Pouco menos de 4.000 kg (8.800 libras) de maconha recreativa foram vendidos nas farmácias do Uruguai desde que o programa foi lançado em julho de 2017, de acordo com um relatório recente do Instituto de Regulação e Controle da Cannabis (IRCCA).

As vendas teriam sido mais altas se houvesse disponibilidade suficiente para consumidores registrados, de acordo com o relatório do regulador.

Um pouco mais da metade da maconha recreativa vendida nas farmácias ocorreu em Montevidéu, capital do país e lar de cerca de 40% da população do Uruguai.

O preço de varejo, fixado em 53 pesos uruguaios (US$ 1,23) por grama de flor, foi atualizado pela última vez pelo governo em fevereiro. Os produtores recebem cerca de 70% e o restante vai principalmente para a farmácia de varejo. Uma pequena quantidade vai para o regulador.

Em 15 de abril, o IRCCA observa:

  • 41.143 consumidores foram registrados para comprar até 10 gramas de cannabis por semana em 17 farmácias — os únicos pontos de venda legais para maconha de uso adulto.
  • 8.215 cultivadores domésticos podem produzir até seis plantas de cannabis e colher até 480 gramas por ano.
  • 4.746 membros de 158 clubes onde é permitido o cultivo coletivo de cannabis podem produzir um suprimento máximo de 480 gramas por sócio por ano.

Esses canais mutuamente exclusivos são as únicas maneiras legais de acessar a cannabis não medicinal. (Isso significa que os consumidores registrados de farmácia também não podem ser cultivadores domésticos registrados, por exemplo.)

Nos últimos meses, uma média de cerca de 8.000 usuários compraram maconha pelo menos uma vez por mês em uma farmácia. Isso representa cerca de 20% dos 41.143 consumidores registrados, o que significa que o restante não comprou nem um grama no mercado regulamentado.

As compras médias atingiram cerca de 15 gramas por mês — muito menos do que o limite mensal de 40 gramas.

O relatório do IRCCA aponta que “a oferta ainda não pode atender à demanda”.

A maconha recreativa foi fornecida por apenas dois produtores licenciados:

  • ICC Labs, que foi adquirido em 2018 por 290 milhões de dólares canadenses (US$ 207 milhões) pela Aurora Cannabis, sediada em Alberta, Canadá.
  • Simbiosys.

Juntas, as duas empresas conseguiram produzir 3.865 kg de cannabis seca até fevereiro de 2020, o que significa apenas 121 kg por mês em média desde o início das vendas. Isso representa apenas 36% dos 2.000 kg por ano que cada empresa deveria produzir após ser contratada pelo governo.

Espera-se que novas licenças recentemente concedidas para o cultivo de cannabis recreativa resolvam o problema de suprimento assim que a nova flor estiver disponível.

Atualmente, existem apenas duas cepas recreativas de embalagem simples disponíveis nas farmácias — e essas são limitadas a 9% de THC.

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#PraCegoVer: em destaque, foto em plano fechado e vista superior que mostra a flor de um pé de maconha, com pistilos marrons, e, ao fundo, diversas folhas da planta que preenchem a imagem. Foto: Pexels.

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