O que pensa a primeira-ministra da Nova Zelândia sobre a legalização da maconha?
A premiê defende que o tema deve ser decidido pelo povo e não uma questão política
A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, obteve uma vitória esmagadora nas eleições gerais do país. Com 90% das cédulas apuradas, o Partido Trabalhista, de centro-esquerda, ganhou 49% dos votos e a premiê deve ganhar uma histórica maioria parlamentar absoluta.
Hoje, os neozelandeses também estão votando em um referendo que trata sobre a legalização da cannabis. É a primeira vez que uma nação põe o tema da regulamentação da maconha para uso adulto em votação popular.
Se a iniciativa for aprovada e transformada em lei, a ‘terra da grande nuvem branca’ se tornará o terceiro país no mundo, depois do Uruguai e Canadá, a legalizar totalmente a cannabis.
Mas, afinal, o que pensa a primeira-ministra neozelandesa sobre a maconha?
Em um debate realizado no último dia 30, a líder do partido governista da Nova Zelândia admitiu já ter usado a erva “há muito tempo”, mas, quando questionada sobre o referendo, afirmou que só revelará seu voto após a eleição.
“Tomei uma decisão clara de que quero que o povo da Nova Zelândia decida isso e que não seja sobre política”, disse ela.
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Em entrevista a uma mídia local, Ardern disse que sua primeira prioridade na reforma da cannabis seria garantir que “os jovens não acabem por se prejudicar com o acesso, porque isso é o que vi quando jovem”.
“Em segundo lugar, não quero ver as pessoas desnecessariamente criminalizadas. Qualquer que seja o resultado, é isso que acho que devemos buscar”, advertiu a premiê.
Ardern foi questionada sobre se o Partido Trabalhista consideraria a descriminalização da cannabis como uma alternativa, se o esforço de legalização falhar, considerando que o partido voltará ao poder.
“Só se for considerado de interesse público fazê-lo”, disse ela. “O que estou interessada em fazer é examinar as circunstâncias da maneira como a mudança da lei está acontecendo agora. Está atendendo às nossas expectativas?”.
Atualmente, o projeto de lei estabelece que apenas pessoas com 20 anos ou mais podem acessar a maconha.
Também prevê que a regulamentação da produção e fornecimento de cannabis restrinja o acesso, cultivo e consumo, além de requisitos de licenciamento, impostos e taxas.
As instalações licenciadas teriam permissão para vender cannabis, mas ela só poderia ser consumida no local ou em uma residência privada. O consumo em locais públicos seria proibido e as vendas on-line ou remotas de cannabis não seriam permitidas.
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#PraCegoVer: a imagem de capa é formada por duas fotos, uma de Jacinda Ardern sorridente e a outra de um ramo de folhas de cannabis inserido num tubo preto, em fundo em azul-claro. Créditos: Casa do Governo (Wikimedia Commons) / THCameraphoto.
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