NCAA aumenta níveis de THC em testes para atletas universitários
O atletismo universitário dos EUA afrouxou o limite para os testes de maconha e está recomendando penalidades mais leves para os estudantes-atletas pegos no doping por cannabis
A Associação Nacional de Atletismo Universitário (NCAA) dos EUA está mudando suas políticas de teste de canabinoides. A organização aumentou o limite de THC e recomendou que cada divisão considere mudanças na atual estrutura de penalidades para estudantes-atletas que testam positivo para o composto da cannabis.
Os níveis de limite para THC foram elevados de 35 para 150 nanogramas por mililitro, alinhando-se com os níveis da Agência Mundial Antidoping (WADA), informou a NCAA.
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A mudança de limite entra em vigor imediatamente e é aplicável a testes de drogas administrados desde setembro de 2021. “Qualquer mudança futura no limite da NCAA pode ocorrer em resposta a mudanças iniciadas pela WADA”, disse a entidade.
“Reconsiderar a abordagem da NCAA para testes e gerenciamento de cannabis é consistente com o feedback dos membros sobre como melhor apoiar e educar os estudantes-atletas em uma sociedade com visões culturais e de saúde pública em rápida evolução em relação ao uso de cannabis”, disse o Dr. Brian Hainline, diretor médico da NCAA, no comunicado. “A maconha não é considerada uma substância que melhora o desempenho, mas continua sendo importante que as escolas associadas envolvam os estudantes-atletas em relação à prevenção do uso de substâncias e forneçam gerenciamento e suporte quando apropriado”.
A NCAA já vinha afrouxando sua política de cannabis ao longo dos anos. Em 2014, a associação reduziu as penalidades para um teste positivo de maconha de uma temporada completa para 50% da temporada, e em 2019 mais do que dobrou o limiar para um teste positivo de 15 para 35 nanogramas por mililitro.
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Penalidades menos rigorosas
De acordo com a nova estrutura de penalidade, para um primeiro teste positivo, um atleta não perderá sua elegibilidade se seguir um “plano de gestão e educação” fornecido pela escola. Também não haverá perda de elegibilidade para um segundo resultado positivo se a escola fornecer gerenciamento e educação adicionais e confirmar que o atleta estava em conformidade com o plano original. No entanto, o atleta deve ser retido em 25% das competições da temporada regular se não estiver em conformidade com o plano original de gestão e educação.
Um terceiro teste positivo ainda não afetará a elegibilidade se o atleta iniciar um novo plano de gerenciamento e educação, além de estar em conformidade com os dois planos anteriores. Contudo, o atleta será retido em 50% das competições da temporada regular se não estiver em conformidade com os planos de gestão e educação anteriores.
“Esses ajustes no programa de testes de drogas da NCAA foram aprovados após uma análise cuidadosa e extensa discussão das recomendações feitas pelo Subcomitê de Testes de Drogas, que está se reunindo desde o outono passado”, disse a Dra. Stephanie Chu, médica da equipe do Colorado e presidente do Comitê de Salvaguardas Competitivas e Aspectos Médicos do Esporte.
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NCAA e WADA seguindo os passos de outras importantes ligas esportivas
Desde 1º de janeiro de 2021, quando entrou em vigor o novo código da WADA, atletas pegos sob uso de drogas sociais, como maconha ou cocaína, que não lhe deem vantagem esportiva, desde que o consumo seja fora de competições, podem pegar pena de três meses, com possibilidade de redução para um mês, contanto que cumpram um programa de reabilitação — antes, a suspensão variava de dois a quatro anos sem poder competir.
Em setembro, a WADA anunciou que iria revisar se a cannabis deve permanecer em sua lista de substâncias proibidas após 2022.
A Associação Nacional de Basquete (NBA) dos EUA suspendeu os testes de maconha para a temporada atual, uma continuação da política que foi colocada em vigor em março de 2020.
Em dezembro de 2019, a Liga Principal de Beisebol (MLB) dos EUA removeu a cannabis de sua lista de drogas de abuso e passou a tratar a planta da mesma forma que o álcool.
Os jogadores da Liga Nacional de Hóquei (NHL) dos EUA, desde 1996, não são punidos por testes positivos para THC.
A Liga Nacional de Futebol (NFL) dos EUA não só afrouxou suas regras sobre testes de maconha, como também está financiando estudos sobre os efeitos dos canabinoides no controle da dor e na neuroproteção em casos de concussão.
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#PraTodosVerem: fotografia mostra uma bola de basquete de cor laranja com os logos da Wilson e da NCAA em preto, sobre o piso de uma quadra, onde se vê parte do logotipo azul e branco da liga. Imagem: CNN.
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