Ministro Marco Aurélio manda soltar André do Rap, apontado como liderança do PCC

Fotografia que mostra Marco Aurélio Mello, do peito para cima, com as mãos unidas e parte de uma bandeira do Brasil arriada, na parte esquerda da imagem. Foto: Rosinei Coutinho | STF.

O entendimento foi que houve excesso de prazo na prisão antes de uma sentença definitiva. André Oliveira Macedo é tido como comandante da facção no escoamento de drogas pelo Porto de Santos. As informações são do Estadão

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello atendeu a um pedido de habeas corpus da defesa de André Oliveira Macedo, o André do Rap, e expediu alvará de soltura para o homem que é considerado um dos mais importantes no comando do tráfico de drogas do Primeiro Comando da Capital (PCC) em São Paulo.

Mello entendeu que houve excesso de prazo na prisão de Macedo, que foi detido em setembro do ano passado e não teria ainda uma sentença condenatória definitiva. A Polícia Civil encontrou o homem, que estava foragido desde 2014, em Angra dos Reis. Na oportunidade, os investigadores acusaram André do Rap de ser o chefe do esquema de tráfico no Porto de Santos, que leva cocaína a outros continentes, representando grande lucro para a facção e seus integrantes.

Desde então, Macedo já foi condenado em segunda instância a dez anos de prisão, ainda passível de recurso. O ministro do STF destacou que transcorreram 90 dias sem que se fosse apresentada motivação suficiente para a manutenção da prisão, o que infringiria o Código Penal.

“O paciente está preso, sem culpa formada, tendo sido a custódia mantida, em 25 de junho de 2020, no julgamento da apelação. Uma vez não constatado ato posterior sobre a indispensabilidade da medida, formalizado nos últimos 90 dias, tem-se desrespeitada a previsão legal, surgindo o excesso de prazo“, escreveu Mello na decisão de 2 de outubro, publicada nesta semana no Diário da Justiça.

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Macedo deverá indicar o endereço da sua residência à Justiça e atender aos chamados judiciais, devendo “adotar a postura que se aguarda do cidadão integrado à sociedade”.

O acusado é suspeito de ostentar um patrimônio de R$ 17 milhões, segundo a polícia, e se apresentava como agente de artistas e jogadores de futebol para disfarçar o dinheiro do tráfico de drogas.

Entre as suas atribuições, ele articularia negócios entre o PCC e criminosos estrangeiros — incluindo a ‘Ndrangheta, grupo mafioso da Calábria, no sul da Itália, que recepcionava a droga para redistribuir na Europa.

Durante seu tempo foragido, entre 2014 e 2019, o acusado levava uma vida de luxo e conforto: promovia festas, vivia em mansões e viajava de helicóptero para participar de reuniões de negócio.

Paredão de fuzilamento no STF

Marco Aurélio rebateu as críticas que recebeu por ter concedido o habeas corpus dizendo que não olha para a história do réu na hora de julgá-lo, mas sim para o seu direito. Em entrevista à Jovem Pan, o ministro disse: “Se um dia eu olhar a capa [do réu], eu entrego a minha capa de ministro. Se for assim, é melhor colocar um paredão na frente do STF para fuzilamento”.

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