Ministro da Justiça mostra como a guerra às drogas é uma piada

Parece cena de filme proibicionista, mas é a realidade brasileira. O ministro da justiça interino, Alexandre de Moraes, aparece em vídeo com facão na mão em meio a uma plantação de maconha dando uma de “ganja ninja”. Seria hilário, se não fosse triste. Veja o vídeo abaixo e leia as considerações de Gabriel Santos Elias. As informações são do Portal Justificando.

A página Quebrando o Tabu publicou recentemente (3) um vídeo que mostra o ministro da Justiça interino, Alexandre de Moraes, munido de um facão, de forma desajeitada, cortando pés de maconha em solos paraguaios. A cena é tão non sense que vale a pena o registro:

A cena, contudo, irritou estudiosos especialistas em políticas de drogas. Para Gabriel Santos Elias, coordenador de Relações Institucionais da Plataforma Brasileira de Política de Drogas, Alexandre de Moraes foi para o Paraguai “enxugar gelo”.

Elias explica que há métodos mais eficientes, econômicos e sérios de lidar com o problema ao invés de mandar o ministro para o Paraguai cortar pés de maconha com um facão. Um desses métodos é uma política de educação honesta sobre as drogas. “Não apenas falar “drogas, nem morto”, mas alertar sobre os reais problemas das drogas. Sem exagerar para aterrorizar, como temos feito. As pessoas não são idiotas e percebem quando estamos mentindo. Quando os primeiros amigos começam a usar drogas e não morrem, percebemos que tem alguma coisa errada na informação que o governo passa”, afirma Elias.

Outro ponto é a política de redução de danos e tratamento de usuários. “Tem gente que usa drogas e não é viciada. Tem gente que é viciada e não tem grandes problemas com o vício. Tem gente que tem vício e tem problemas e quer parar. Tem gente que usa drogas, tem problemas, e não quer parar. Temos que ter o tratamento adequado para as várias situações, respeitando a autonomia das pessoas e cuidando do fundamental: sua saúde e bem estar”.

Além disso, Elias ressalta a importância da legalização da maconha, acompanhada de impostos sobre sua comercialização e controle da produção, a fim de que a arrecadação seja revertida para reduzir o consumo e políticas de prevenção e tratamento de usuários com problemas decorrentes do consumo.

Para entender melhor a política de drogas brasileira, assista ao Coisas que Você Precisa Saber:

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