Ministro da Educação também critica reportagens sobre maconha medicinal

Fotografia em primeiro plano do ministro Abraham Weintraub, olhando para o lado com cara de bravo, e um fundo de cor azul-esverdeado.

Após receber críticas do ministro da Cidadania, semana passada, sobre uma série de reportagens sobre a cannabis medicinal, a Folha de S.Paulo volta a ser repreendida, agora pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, criticou nesta segunda-feira (7) a série de reportagens da Folha sobre maconha medicinal.

No Twitter, afirmou: “Perguntar não ofende: será que a ‘maravilhosa’ família Frias planeja investir no fornecimento legal de maconha aos nossos filhos? Quanto vão ganhar? Quem será o banqueiro parceiro? Vão pedir grana ao BNDES? Eles estimulam os filhos deles a consumir drogas ou apenas os nossos?

Depois, em evento para entrega de ônibus escolares em São Paulo, afirmou, sem citar o jornal, que o Brasil estava em um rumo errado com valores igualmente errados “que são ditos como certos”.

“Fumar maconha é bonito, está no jornal. ‘Vamos liberar a maconha’, está no jornal todo dia. Para quê, para depois ser crack? Ou para quem está defendendo liberar maconha montar uma fábrica de maconha para vender para os nossos filhos?”

A série de reportagens sobre maconha medicinal foi publicada dias antes de a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) anunciar sua proposta para a regulamentação do tema no país.

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Na semana passada, o ministro da Cidadania, Osmar Terra, também criticou a publicação das reportagens da Folha.

Terra acusou o jornal de apoiar o “poderoso lobby maconheiro” que, segundo ele, pretende vender poderes mágicos da planta e legalizar o seu consumo. Em seguida, em nova postagem, disse que o canabidiol, uma das substâncias da maconha, pode ter efeito medicinal “em casos raros de epilepsia”. “Então vamos separá-lo e dar como medicamento. É muito diferente do que usar maconha para se tratar!”, escreveu o ministro.

A proposta da Anvisa prevê o uso de substâncias da Cannabis para a pesquisa e a produção de medicamentos, sem que haja espaço para outros produtos.

“Precisa ficar claro o seguinte: não estamos liberando a Cannabis, mas liberando medicamentos à base de Cannabis”, disse. “Ah, mas cigarro [de maconha] é bom para cefalia [dor de cabeça].’ Não pode. Essa forma de administração não vai existir. Se quiser xampu à base de Cannabis, também não terá”, disse à Folha o presidente da Anvisa, William Dib.

Contra a regulamentação da cannabis medicinal

Os ministros da Cidadania, Osmar Terra, e da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, foram outros que já deixaram claro seus posicionamentos em relação ao tema. Terra é contra qualquer indício de regulação do uso medicinal da maconha, declarando que apoia o desenvolvimento de canabinoides sintéticos. Mandetta, por sua vez, se posiciona contra a aprovação do cultivo de cannabis, sendo a favor da regulamentação de remédios à base somente de canabidiol (CBD), e apenas para os casos de epilepsia refratária.

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#PraCegoVer: fotografia (de capa) em primeiro plano de Abraham Weintraub, olhando para o lado com cara de bravo, e um fundo de cor azul-esverdeado. Foto: recorte de fotografia de autoria de Rafael Carvalho, da Casa Civil.

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