O que você precisa saber antes de entrar no mercado canábico

Foto que mostra uma folha de maconha, com sete pontas (folíolos) serrilhadas que partem de sua base, em fundo infinito de cor rosa pastel. Imagem: THCamera Photography. mercado evento cannabis

Fato é que trabalhar, legalmente, no mercado de cannabis medicinal deixou de ser uma utopia e é uma realidade cada vez mais presente. Para tanto, é de suma importância conhecer as regras sanitárias reguladas pela Anvisa e conselhos profissionais, conforme cada caso. Saiba mais no texto de Fabiana Mascarenhas¹ e Maria Barcelos², da Cannabiz.law

Nos últimos anos o Brasil alcançou novos patamares legais envolvendo a cannabis medicinal, de modo que os pacientes começaram a ter um contato direto com nossa agência nacional reguladora (a Anvisa).

Dentre esses avanços, houve também a regulamentação de atividades empresárias, incluindo uma série de documentos e requisitos que cada empresa deve seguir para atuar legalmente. De modo geral, além dos avanços que tivemos até aqui, ainda é possível vislumbrar, em um futuro próximo, a promulgação de novas regulamentações que visem a prosperidade do mercado canábico e que garantam saúde de qualidade para quem precisa.

Fato é que trabalhar, legalmente, no mercado de cannabis medicinal deixou de ser uma utopia e é uma realidade cada vez mais presente. Para tanto, é de suma importância conhecer as regras sanitárias reguladas pela Anvisa e conselhos profissionais, conforme cada caso.

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Nesse contexto, em 2014 foi aprovada a resolução nº 2.113 do Conselho Federal de Medicina que permite o uso compassivo de canabidiol para o tratamento de epilepsias resistentes aos tratamentos convencionais em crianças e adolescentes. Já no ano seguinte, a Anvisa retirou o canabidiol da lista de substâncias de uso proibido com a promulgação da RDC 66/2015, que dispõe a lista de Substâncias Entorpecentes, Psicotrópicas, Precursoras e Outras sob Controle Especial, e ainda em 2015 foi publicada a RDC nº 17 que autorizava a importação dos produtos à base de cannabis em caráter excepcional para o uso compassivo.

Após a RDC 17, os avanços jurídicos deslancharam no Brasil, o que levou a uma autorização da Anvisa, por ordem judicial em 2016, para importação de medicamentos à base de canabidiol ou que tenham na fórmula qualquer concentração de THC, desde que haja prescrição médica. Em 2019, com a intenção de possibilitar a fabricação, importação, comercialização e dispensação de produtos à base de cannabis, foi promulgada a RDC 327 que estabelece os critérios e requisitos para obtenção da autorização sanitária, conforme abordamos no artigo sobre regularização de empresas canábicas.

Em 2020 entrou em vigor a RDC 335 da Anvisa que determina os procedimentos necessários à importação de produtos à base de cannabis para tratamentos de saúde, sem a necessidade de determinar o caráter excepcional da importação. Seguindo os avanços normativos, a mais recente RDC da Anvisa sobre cannabis medicinal, a RDC nº 570/21, surgiu com o intuito de diminuir o tempo necessário para a aprovação e cadastro do paciente, como forma de simplificar o cadastro na Anvisa.

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De modo geral, o mercado brasileiro alcançou avanços significativos e a previsão legal é que haja mais progressos para viabilizar atividades empresárias distintas do mercado canábico brasileiro. A título de exemplo, o Projeto de Lei 399 que está em tramitação na Câmara dos Deputados visa autorizar o plantio de cannabis, por pessoas jurídicas, desde que tenha fins medicinais, veterinários, científicos e industriais. Por outro lado, mesmo com os avanços já existentes, é preciso que haja um cuidado redobrado de quem trabalha na área.

Para assegurar que toda a operação da empresa pode ser executada dentro da legalidade, é de suma importância ser acompanhado por uma assessoria jurídica personalizada, para que, dentre outros pontos, seja feita uma análise minuciosa da atividade empresária que será desempenhada, além de analisar o papel dos envolvidos e quais resoluções da Anvisa ou normativas de conselhos profissionais são pertinentes ao projeto.

O pontapé inicial, para muitos, é o Plano de Negócios Jurídico (Legal Business Plan). Nele conseguimos elaborar, com base nas premissas que se pretender atingir com o Projeto apresentado, modelos de negócios possíveis dentro da legislação brasileira atual, e todo o step by step jurídico e negocial necessários para atingi-los.

Ao planejar e construir o Legal Business Plan, é preciso que os envolvidos no projeto alinhem expectativas sobre as atividades em que desejam atuar, para que o documento seja fundamentado de acordo com o cenário regulatório brasileiro vigente, contendo sugestões e até mesmo alguns procedimentos indispensáveis para tornar as atividades viáveis.

Ademais, é importante também que sejam abordados direitos como a Propriedade Intelectual ou Industrial que incidem na atividade realizada, além de garantir que a marca e nome da empresa ou do produto a ser vendido estão disponíveis no INPI e seguem os requisitos normativos pertinentes.

Em suma, o Legal Business Plan abrange uma análise jurídica dos cenários legais possíveis dentro do contexto negocial pensado inicialmente pelos sócios ou fundadores, sempre com o intuito de esclarecer os principais pontos de dúvida existentes e viabilizar a operação do projeto.

E aí, tem vontade de saber mais sobre o assunto? Procure nosso Time!

¹Fabiana Mascarenhas – Advogada do Fcmlaw especialista em assessoria jurídica especializada no ecossistema das startups, coordenando projetos da Cannabiz.Law, inovação e empreendedorismo.

²Maria Barcelos – Time Cannabiz.law, iniciativa do Fcmlaw que oferece consultoria jurídica especializada e descomplicada em diversas frentes no setor de cannabis.

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Cannabis medicinal em Farmácias de Manipulação: realidade no mercado brasileiro

#PraTodosVerem: foto que mostra uma folha de maconha, com sete pontas (folíolos) serrilhadas que partem de sua base, em fundo infinito de cor rosa-pastel. Imagem: THCamera Cannabis Art.

Sobre Cannabiz.law

A Cannabiz.law é uma iniciativa do Fcmlaw que oferece consultoria especializada e descomplicada em diversas frentes no setor de cannabis, desde o direcionamento para o desenvolvimento do seu projeto, com análise de mercado e auxílio na tomada de decisões e definições estratégicas, Gestão de Processos Administrativos na Anvisa para registro de Produtos à base de Cannabis, Estruturação Societária voltada para objetivos sociais no ecossistema de Cannabis, até o trato direto com a Anvisa.
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