Médicos elogiam primeiro curso sobre cannabis medicinal do Instituto do Cérebro da UFRN

Fotografia em primeiro plano de um palestrante usando óculos e microfone de orelha e vestindo uma camisa azul claro, enquanto segura o controle de imagem do projetor do qual pode-se ver a imagem de uma muda de maconha ao fundo. UFRN.

Pelo menos 15% dos inscritos no curso são médicos interessados em entender o universo da maconha e derrubar conceitos pré-estabelecidos culturalmente. Saiba mais com as informações da UFRN.

De 03 a 07 de dezembro, aconteceu o primeiro curso de cannabis medicinal promovido pelo Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (ICe-UFRN) voltado para profissionais da saúde. Realizado no auditório do Instituto Internacional de Física da UFRN, o evento reuniu especialistas de quatro países para discutir as propriedades medicinais da planta e a prescrição em casos autorizados pela justiça.

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Pelo menos 15% dos inscritos no curso são médicos interessados em entender este universo e derrubar conceitos pré-estabelecidos culturalmente. Para Petrônio Tinoco, médico generalista da família que atua em Natal e região metropolitana, as discussões foram bastante elucidativas. “Tem sido muito importante para esclarecer algumas dúvidas e nos proporcionar mais conhecimento sobre este tema”, disse.

A médica reguladora Nina Lourdes de Queiroz, especialista em otorrinolaringologia, se interessou pela cannabis durante pesquisas para tratamento de um sobrinho com autismo. “Foi quando vi que tinha um leque enorme de patologias que podem ser beneficiadas com o uso medicinal da cannabis. Meu sobrinho usa o óleo há um ano e as respostas sensoriais são surpreendentes para nós e para os terapeutas que o acompanham”, destacou.

Nina revela que também tinha uma visão discriminatória em relação ao uso da planta para fins medicinais, mas hoje acredita que a cannabis é um caminho sem volta. “O preconceito médico será resolvido com o tempo, com mais pesquisas e pelos pacientes que vão começar a exigir a prescrição mediante resultados alcançados a partir do uso legal da planta”, completou a médica.

#PraCegoVer: fotografia em primeiro plano de Nina Lourdes de Queiroz vestindo uma camiseta amarela com estampa de flores na parte do ombro e segurando um microfone enquanto fala.

O primeiro curso sobre cannabis medicinal, uma atualização profissional, aconteceu durante toda a semana. Entre os temas tratados estavam: a etnofarmacologia e a química de plantas medicinais; variabilidade na produção de medicamento a base de cannabis; dosagem e análise cromatográfica; sistema canabinoide, receptores e canabinoides endógenos; rotas de administração; farmacocinética; ativação do receptor canabinoide e neuroquímica; ensaios clínicos e os padrões internacionais; prescrição médica e entre outros.

A equipe do curso foi formada por cinco neurocientistas do ICe-UFRN, entre eles Claudio Queiroz, Sidarta Ribeiro e Rodrigo Romcy-Pereira e por outros cinco profissionais de outras áreas e instituições: Pedro Melo (médico acupunturirista), Lorenzo Calvi (médico etnofarmacologista do GH Medical e Universidade de Milão/Itália), Joost Heeroma (neurobiólogo diretor científico do GH Medical/Holanda) e Wolfgang Harand, fitoquímico austríaco que trabalha no Instituto Nacional do Semiárido (PB).

#PraCegoVer: fotografia (capa) em primeiro plano de um palestrante usando óculos e microfone de orelha e vestindo uma camisa azul claro, enquanto segura o controle de imagem do projetor do qual pode-se ver a imagem de uma muda de maconha ao fundo.

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