Marchas da Maconha organizam debate sobre modelos de legalização

Fotografia que mostra as mãos de uma pessoa segurando uma placa que tem o desenho de uma folha de maconha (cannabis) verde em um vaso preto, além da escrita “Libertem a Planta”, e, ao fundo, pessoas e uma grande faixa branca com o texto “Legalize Já”, em verde. Foto: Dave Coutinho | Smoke Buddies.

“Não é só para fumar que nós marchamos” é o tema de uma série de debates que vêm sendo realizados na quarentena. Saiba mais, a seguir

Neste sábado (17), às 16h20, vai ao ar o quarto debate da série “NÃO É SÓ PARA FUMAR QUE NÓS MARCHAMOS”, que vem sendo construída desde o início da quarentena pela articulação de Marchas da Maconha. A proposta é debater sobre modelos de legalização que já foram aplicados em outros locais, como Uruguai, EUA e Espanha, bem como discutir sobre os projetos que tramitam nas câmaras legislativas do país, além de elencar os anseios, as estratégias e as metas para os avanços da pauta antiproibicionista.

Devido à pandemia de coronavírus, a maioria das Marchas da Maconha não realizou manifestações nas ruas, como costuma fazer todos os anos. Mas, nos meses de abril e maio, ações virtuais acabaram agregando marchas e movimentos antiproibicionistas do Brasil e do mundo todo.

Em referência ao “4:20”, símbolo do movimento, no dia 20 de abril foi realizado um maconhaço virtual, com manifestantes de vários estados publicando fotos com cartazes ou “baseados” em seus perfis das redes sociais. E no dia 2 de maio, diversos coletivos do mundo todo se reuniram para realizar 24 horas de transmissão de debates, músicas e vídeos diversos a respeito da questão das drogas, do antiproibicionismo e de seus desdobramentos ao longo do globo. A articulação de marchas produziu um vídeo-manifesto para a ocasião, que pode ser conferido no Facebook da Marcha da Maconha de Maceió (http://fb.watch/14sj6nX-dv/).

Desde então, essa articulação vem se reunindo semanalmente, tanto para discutir a conjuntura do movimento e da política de drogas em geral, quanto para realizar atividades em conjunto, como é o caso das “lives”, que vêm acontecendo desde agosto, sempre apresentando um debate qualificado e uma apresentação cultural. A primeira foi sobre as raízes racistas do proibicionismo, a segunda abordou a questão do encarceramento em massa e a última discutiu as formas de organização e ação política em nível municipal. BNegão, Osas Destiny, Ingrid Farias, Flávia Ribeiro, Orlando Zacconi e Renato Cinco foram alguns dos nomes que já participaram.

A quarta live contará com a presença — virtual — de: Sheila Geriz, coordenadora da Liga Canábica, paciente e mãe de paciente usuário de cannabis terapêutica e servidora do Tribunal de Justiça; Denis Russo Burgierman, jornalista, colunista da Época, ex-diretor da Superinteressante, roteirista do Greg News, produtor do filme Ilegal e autor do livro ‘O Fim da Guerra’, sobre políticas de drogas; Tamára Silva, militante antirracista e integrante da Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas (RENFA); Matias Maxx, fotógrafo, videomaker, jornalista premiado no V Prêmio Latino-americano de Jornalismo sobre Drogas e fundador da revista SemSemente; e Marcela Mattos, do coletivo da Marcha da Maconha Baixada Santista, que fará a mediação.

A atividade também contará com apresentação de uma seleção de artistas independentes ligados à cultura canábica. Cantores Esther Lima e Flemed’s, o rapper Doka, o compositor, baixista e performer BaiBai e a banda Alma Roots formam o time que promete apresentar música autoral de qualidade diretamente do estado do Piauí.

NÃO É SÓ PARA FUMAR QUE NÓS MARCHAMOS

Modelos de legalização é o tema do debate que será transmitido simultaneamente em diversas páginas de coletivos que organizam Marchas da Maconha pelo Brasil. No Facebook, está confirmada a transmissão nos perfis das Marchas da Maconha de Curitiba (PR), Juiz de Fora (MG), Vitória (ES), Uberlândia (MG), Catanduva (SP), Fortaleza (CE), Campinas (SP), São Luís (MA), Florianópolis (SC), Natal (RN), Belo Horizonte (MG), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Maceió (AL), Zona Sudoeste (SP), Niterói (RJ), Paraty (RJ), Teresina (PI) e Santos (SP), além de páginas dos movimentos: Coletivo Plantando Informação, Movimento pela Legalização da Maconha, Associação Humanitária Canábica do Brasil, Maconharia, Comunicannábicos, Mães Independentes, Instituto da Cannabis, entre outros.

No Youtube, o debate pode ser assistido no canal da página da Marcha da Maconha de Uberlândia. A transmissão ao vivo será neste sábado (17), às 16h20, mas o conteúdo fica disponível para visualização posteriormente, nos arquivos dos perfis citados.

Além das reuniões entre integrantes do movimento da Marcha da Maconha, essa articulação de marchas participou de uma reunião com o deputado Paulo Teixeira (PT), presidente da comissão especial que originou o substitutivo do PL 399/15, que está tramitando na Câmara e trata da regulamentação da maconha para fins medicinais e industriais no Brasil. Também a respeito desse Projeto de Lei (399/2015), a articulação produziu um vídeo-manifesto resolutivo, que pode ser conferido no Facebook da Marcha da Maconha de Santos (http://www.facebook.com/watch/?v=1202130170166258).

A proposta da articulação é continuar se reunindo e tentar agregar o maior número possível de Marchas da Maconha pelo país, aproveitando o período de isolamento para expandir virtualmente e fortalecer a rede antiproibicionista, tanto para tratar dos rumos das questões de drogas em reuniões com parlamentares, como para realizar atividades diversas, artísticas ou de formação, para promover a cultura canábica e difundir conhecimento e informações relevantes a respeito do tema.

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#PraCegoVer: fotografia (em destaque) que mostra as mãos de uma pessoa segurando uma placa que tem o desenho de uma folha de maconha verde em um vaso preto, além da escrita “Libertem a Planta”, e, ao fundo, pessoas e uma grande faixa branca com o texto “Legalize Já”, em verde. Foto: Dave Coutinho | Smoke Buddies.

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