Marcha da Maconha SP: a festa da luta canábica na principal avenida da cidade

A MM SP aconteceu neste sábado (14) e, segundo a organização, reuniu cerca de 30 a 40 mil pessoas. Teve maconhaço, banda, beck gigantes e muito ativismo. O Smoke Buddies estava presente em peso registrando todo o percurso e acompanhando esta festa da cultura da maconha em SP.

A Avenida Paulista e a região central de SP receberam novamente a maior expressão da cultura canábica da cidade, a Marcha da Maconha 2016. A concentração estava marcada para o já conhecido dos maconheiros paulistanos vão livre do MASP, que começou a encher de gente e de fumaça por volta da 13h. A equipe Smoke Buddies chegou cedo para ver bem de perto todos os momentos da Marcha, que reuniu de 30 a 40 mil pessoas, segundo a organização.

Às 16h20, o vão já estava repleto de gente de todos os tipos, idades, classes sociais e ideologias. Ao olhar ao redor, você conseguia achar skatistas, mães, pacientes, crianças, idosos, executivos, artistas, músicos, jornalistas, mas todos com um só olhar com relação à maconha: já passou da hora de mudarmos a perspectiva e regulamentar a erva de uma vez por todas, seja para uso medicinal, recreativo, religioso ou industrial. Quem perde com a guerra é o usuário, é o paciente, é a família e não o tráfico.

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Além dos usuários saindo do armário, pelo MASP também era fácil ver nomes notórios da maconha como Cazé Peçanha (apresentador do programa A Liga), Tarso Araújo (jornalista, diretor do documentário Ilegal, autor de “Almanaque das Drogas), João Paulo Costa (um dos criadores do app Who is Happy e do evento Ganja Talks), Katiele Fischer (Ilegal, mãe de Anny), Henrique Carneiro (professor da USP), Profeta Verde (advogado e ativista), Ivan Valente (deputado federal – PSOL), Sombra (MC), e muitos, muitos outros – tantos que nossa mente maconheira nos impede de recordar.

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Quando já não cabia mais ninguém por lá, os milhares de manifestantes saíram em direção a Paulista, com cartazes na mão e gritos de guerra. Ali, finalmente o tão esperado maconhaço realmente aconteceu – uma atitude que representa muito mais que uma desobediência civil em massa, é um símbolo de que todo mundo está de saco cheio dessa guerra burra. Alguns de pé e a grande maioria sentado, todos fumavam seus becks livremente e em paz, levando a fumaça a subir alto e espalhar seu cheiro característico por toda a Paulista. Apesar do policiamento da PM sempre presente, não houve confusão ou interferência em momento algum. Dizemos mais: por alguns instantes, era até possível esquecer que havia polícia por lá.

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Depois de fazer a mente, os manifestantes partiram em direção a Consolação com direito a banda ao vivo tocando diversos clássicos na traseira de uma Kombi devidamente decorada. Não faltou animação, fumaça e claro, as reivindicações da galera. O tema era “Fogo na Bomba e Paz na Quebrada”, mas havia cartazes de todos os tipos: Alguns pediam a regulamentação, outros o direito de acesso a medicamentos à base de maconha, outros tantos pelo direito ao cultivo, e mais alguns conectavam insatisfações políticas com a atual situação da maconha no Brasil.

Após a marcha dobrar para a Rua Augusta, que se tornou um corredor da marola, os manifestantes seguiram pela Rua da Consolação, rumo ao ponto final na Praça Roosevelt, também um marco para a cultura canábica paulistana. Com o trânsito desviado pela CET e pela PM, a Marcha seguiu em paz durante todo o trajeto.

Pelo percurso, era notável a presença dos comerciantes locais vendendo desde trufas e brigadeiros “espaciais”, milho cozido, espetinhos e pizzas, à cervejas, água e outros destilados. Parece que muitos já se deram conta do potencial lucrativo de milhares de maconheiros com fome e com sede. Isso se confirmou ainda mais com o comércio local: lojas e shoppings fechados, mas lanchonetes, padarias, redes de fastfood e até botecos abertos e repletos de clientes.

Após a chegada, muitos se dispersaram, mas a maioria continuou no local escutando música, fumando e celebrando o final desta Marcha, que apesar de um pouco tímida, caminhou extremamente animada nesta celebração da erva. Do resultado, ficaram duas certezas: cada vez mais, esta luta é plural, ela tem lugar do paciente ao usuário recreativo, do rasfatari ao pai de família; E de que ano que vem vai ser maior e muito mais gente vai sair do armário para se declarar maconheiro e pedir o fim da guerra às drogas.

Veja mais um pouco do que rolou na MM de SP nas fotos abaixo:

Fotografia de Capa: Marcha da Maconha SP
Fotografia artigo e galeria: Bianca Barros

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