Marcha da Maconha reúne 3 mil pessoas em Curitiba
O ato, considerado pela organização como o maior das 12 edições na capital paranaense, percorreu no domingo (2) o centro da cidade, partindo da Boca Maldita, e contou com os blocos medicinal, feminista, psicodélico, dos cultivadores e batuqueiros. Saiba mais na reportagem de Vanessa Fernandes para a CBN Curitiba
Nem mesmo a garoa fina e a temperatura na marca dos 15 graus, diminuiu a animação dos manifestantes que lotaram a Boca Maldita neste domingo (2) durante a 12ª Marcha da Maconha de Curitiba.
A manifestação reuniu três mil pessoas segundo os organizadores. A polícia militar não divulgou o número de participantes.
Para a organização a marcha tem uma importância política ainda maior neste ano, já que o Supremo Tribunal Federal (STF) está discutindo a questão. A votação do STF pela descriminalização da maconha estava prevista para o dia 5 de junho, mas o ministro Dias Toffoli retirou da pauta. Ainda não há nova data para o julgamento, que teve início em 2015.
Mauro Leno, um dos organizadores da Marcha destaca outros motivos para se manifestar pela legalização da maconha. Para Lenon a regulamentação da maconha diminuiria a população carcerária, especialmente nos presídios femininos.
A concentração da marcha aconteceu na Boca Maldita e os manifestantes saíram em caminhada até a Praça 19 de dezembro na região central da cidade.
Nesta edição da marcha, era possível ver além dos jovens, muitos adultos favoráveis a legalização da maconha, especialmente para fins medicinais. Caso de uma das entrevistadas pela CBN Curitiba de 55 anos, que preferiu não se identificar, mas relatou o uso de medicamento a base de maconha após ter sido diagnosticada com câncer.
Larissa tem 38 anos, e é mãe de duas meninas, ela estava na marcha para defender a legalização porque acredita que a maconha seja a porta de saída para diversas doenças.
O advogado Patrick Mello Medeiros Ferrer, é diretor jurídico da Associação Brasileira de Usuários de Canabidiol, e estava na Marcha acompanhando pais de crianças que fazem uso da substância para fins medicinais em Curitiba, a partir de decisões judiciais. Ele conta que a associação tem em tramitação no judiciário do Paraná, mais de 50 ações para liberação do medicamento, além do atendimento em São Paulo e Santa Catarina. Patrick conta que o foco principal da associação é dar acesso às propriedades do canabidiol às pessoas carentes, que não tem condições financeiras para pagar o tratamento.
De acordo com a Associação Brasileira de Usuários de Canabidiol um frasco do canabidiol, que é extraído da maconha, custa entre R$400 e R$ 700 dependendo da concentração do produto, que é adequado a cada tratamento. Um paciente usa em média quatro frascos por mês.
#PraCegoVer: Imagem mostra, no topo, as pernas e pés de participantes da Marcha da Maconha de Curitiba. Abaixo, dois cartazes no chão da área de concentração, com as mensagens pintadas “Legaliza Curitiba” e “Marcha da Maconha Curitiba”, respectivamente. Foto: Vanessa Fernandes | CBN Curitiba
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