Marcha da Maconha distribuirá mudas e sementes em Neuquén (Argentina)

Fotografia de uma porção de sementes de maconha, algumas ainda envoltas pelo cálice, e alguns destes soltos, no interior de uma pequena lata metálica que está próxima da câmera. Foto: Rafael Rocha | Smoke Buddies.

Ato acontecerá neste sábado (21), a partir das 16h20, para reivindicar que a província cumpra a lei nacional de cannabis medicinal e os municípios endossem o autocultivo. As informações são do LM Neuquén

Neuquén está entre as poucas províncias da Argentina que não aderiram à Lei Nacional de Cannabis Medicinal de 2017. Uma regulamentação anterior foi promulgada na província, em 2016, mas se tornou obsoleta. Também não há municípios que endossem o cultivo ou plano de saúde que leve em consideração os benefícios terapêuticos da cannabis. Por isso, neste sábado (21), a partir das 16h20, será realizada no Monumento a San Martín uma nova edição da Marcha Nacional da Maconha, que incluirá a distribuição de panfletos, sementes e mudas.

Este ano, as marchas por todo o país terão como tema “Un Plantón Nacional”, com a ideia de que os usuários e cultivadores de cannabis exponham suas plantas em praças e espaços públicos.

Em Neuquén, as principais reivindicações serão a adesão à Lei 27.350 e sua recente regulamentação, a legalização da cannabis para todos os seus usos e a liberdade e o desprocessamento de pessoas presas por cultivar.

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“Nos reuniremos a partir das 16h20 no Monumento e, às 18h, faremos uma marcha, sempre respeitando as medidas de cuidado com a Covid, e estaremos distribuindo tanto mudas quanto sementes e informações sobre as diferentes substâncias que as pessoas usam”, explicou Gisela Moreira, porta-voz das entidades convocadas.

 

 

 

Ela indicou que, antes da mobilização, serão instalados postos de divulgação sobre cultivo, uso medicinal e variedades e apresentações da cannabis e seus derivados. E acrescentou que “também vamos fazer um censo canábico aqui, justamente por que na província de Neuquén não temos dados válidos e precisos sobre as pessoas que a usam”. Essa pesquisa também está disponível on-line até o final do verão.

Gisela destacou que, apesar da aceitação que a cannabis tem na sociedade, “Neuquén está atrás de outras províncias, que estão mais na vanguarda”. Ela lembrou que a legislação local de 2016, além de seus limites, nunca foi regulamentada.

Segundo a porta-voz, este ano, vários blocos políticos do Legislativo apresentaram um projeto de adesão à lei nacional, mas ninguém do MPN (partido político que atua na província) os acompanhou, nem foi possibilitado o debate. Ela ressaltou que esse aval legal abrirá caminho para que cada município avance em portarias que autorizam o cultivo para fins medicinais “com o modelo de San Antonio Oeste, primeiro local onde foi autorizado”.

“Também servirá para capacitar os integrantes do Judiciário e das forças policiais, que são os responsáveis ​​pelas apreensões”, explicou. Ela esclareceu que, em Neuquén, “hoje não temos prisioneiros por cultivar graças ao trabalho de várias organizações que colocaram o tema na agenda política, mas ainda há perseguições e processos”.

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As quatro reivindicações urgentes de 2020

Ninguém preso por cultivar: um dos slogans fortes deste ano é a anistia e liberdade para pessoas presas por cultivar cannabis. Em Neuquén não há casos, mas há uma história em várias partes do país de pessoas que passaram até um ano atrás das grades.

Adesão à lei nacional: a província não cumpriu a lei 27.350, de 2017, nem o decreto regulamentar, publicado pelo Governo Nacional há poucos dias. Isso deixa Neuquén com uma legislação anacrônica e mais restritiva em relação ao resto do país.

Regulamentação do autocultivo: foram apresentados projetos de apoio ao cultivo para fins medicinais nos conselhos deliberativos de Plottier, Villa La Angostura, San Martín de los Andes e Chos Malal e, em breve, também o será em Neuquén. Até agora, nenhum foi aprovado.

Uso medicinal em animais: outra reivindicação que ganhou força neste ano é o uso medicinal da cannabis em animais. Existem veterinários, até mesmo em Neuquén, que aplicam derivados da planta para tratar patologias em animais de estimação, embora a lei não especifique essa opção.

Neuquén realiza seu primeiro censo de cannabis

Como parte da reivindicação pela legalização total da cannabis, as organizações que se dedicam a este assunto na província lançaram um censo voluntário e anônimo, que será o primeiro levantamento abrangente das pessoas que usam esta planta na região.

O “Censo da cannabis da província de Neuquén” está disponível na internet através de um formulário do Google, e pode ser respondido até fevereiro de 2021.

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#PraCegoVer: em destaque, fotografia de uma porção de sementes de maconha, algumas ainda envoltas pelo cálice, e alguns destes soltos, no interior de uma pequena lata metálica que está próxima da câmera. Foto: Rafael Rocha | Smoke Buddies.

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Sobre Smoke Buddies

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