Mais de 70% dos brasileiros é a favor da legalização da maconha medicinal, segundo pesquisa

Foto em plano fechado da flor de uma planta de maconha, com pistilos brancos concentrados no topo e folhas serrilhadas, e um fundo desfocado de vegetação. Imagem: Botanica | Wikimedia Commons.

A pesquisa foi realizada pela Fórum entre os dias 4 e 9 de novembro, de forma on-line, e ouviu 1.000 pessoas de todas as regiões do país

A 7ª edição da Pesquisa Fórum revela que 71,4% dos brasileiros são favoráveis à legalização da maconha para uso medicinal e apenas 20,7% são contrários a essa iniciativa. Entre as mulheres, a pesquisa mostra que 72,1% são favoráveis à maconha medicinal, número um pouco mais do que entre os homens, 70,4%.

Curiosamente, quando separados por idade, o maior apoio à legalização da maconha para uso medicinal se dá entre as pessoas de 60 anos ou mais, 78,9%. Na sequência, vem as pessoas com idade entre 45 a 59 anos, 73,6%; depois de 35 a 44 anos, 70,6%; entre 25 e 34, 70,1%. E entre 16 a 24 anos o apoio baixa para 68,1%. Quanto mais jovem maior a rejeição à legalização da maconha medicinal.

Entre as pessoas com ensino superior, a liberação da maconha medicinal tem mais apoio: 79,6%. Depois no grupo com ensino médio, 70%, e entre aquelas pessoas com ensino fundamental, o apoio é de 62,1%.

Na estratificação por renda mensal, a maconha para uso medicinal tem o seu maior apoio entre aqueles que recebem de 5 a 10 salários-mínimos: 77,1%. Na faixa de 3 a 5 salários-mínimos, 76,4%; de 2 a 3 salários, 72,5%; até 2 salários, 67,4%.

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Maioria dos brasileiros é contra a legalização da maconha

Se por um lado a maioria da população brasileira apoia a legalização da maconha para fins medicinais, essa mesma maioria se revela contrária à liberação para fins recreativos (uso adulto).

São 60,1% dos brasileiros contra a legalização da maconha no Brasil e 30% a favor. Uma proporção de dois para um.

A pesquisa mostra que 62,3% dos homens são contrários à legalização ante 29,1% favoráveis Entre as mulheres, 58,6% se declaram contrárias à legalização, 30,6% favoráveis.

No universo de jovens com idade de 16 a 24 anos o apoio à legalização da maconha é maior, mas, o número de contrários ainda é superior com 46,5% contra a legalização e 41,1% a favor.

Entre as pessoas com idade de 25 a 34 anos, 54,5% se declararam contrárias e 31,7% favoráveis. Entre os de 35 a 44, 70,1% são contra e 23,5% a favor.

O apoio à legalização da maconha se torna ainda menor entre as pessoas com mais idade. De 45 a 59 anos, 73% disseram ser contra e 22,3% a favor. Entre as pessoas com 60 anos ou mais, 68,3% são contra e 22,5% a favor.

A pesquisa também revela que quanto maior o nível escolar dos entrevistados maior é o apoio à legalização: dos entrevistados com ensino superior, 36,1% disseram ser favoráveis ante 53% contrários; entre aqueles que possuem Ensino Médio, 60,1% disseram ser contra e 30% a favor. Na faixa do Ensino Fundamental, 72,2% são contra a legalização e 19,5% a favor.

Quando a estratificação é feita por faixa salarial a diferença entre os favoráveis e contrários à legalização é pequena.

Entre aqueles que recebem até 2 salários-mínimos, 60,5% são contra e 29,1% a favor; de 2 a 3 salários-mínimos, 61% são contra e 26,4% a favor; de 3 a 5 salários-mínimos, 57% contra e 35,2% a favor; de 5 a 10 salários-mínimos 61,5% são contra e 31,2% favoráveis à legalização da maconha.

Pesquisa inova com metodologia

A 7ª Pesquisa Fórum foi realizada entre os dias 4 e 9 de novembro, em parceria com a Offerwise, e ouviu 1.000 pessoas de todas as regiões do país. A margem de erro é de 3,2 pontos porcentuais, para cima ou para baixo. O método utilizado é o de painel on-line e a coleta de informações respeita o percentual da população brasileira nas diferentes faixas e segmentos.

O consultor técnico da Pesquisa Fórum, Wilson Molinari, explica que os painelistas são pessoas recrutadas para responderem pesquisas de forma on-line. A empresa que realiza a pesquisa, a Offerwise, conta com aproximadamente 1.200.000 potenciais respondentes no Brasil. “A grande vantagem é que o respondente já foi recrutado e aceitou participar e ser remunerado pelas respostas nos estudos que tenha interesse e/ou perfil para participar. No caso da Pesquisa Fórum, por ser de opinião, não existe perfil de consumidor restrito, como, por exemplo, ter conta em determinado banco, ou possuir o celular da marca X. O mais importante é manter a representatividade da população brasileira, tais como, gênero, idade, escolaridade, região, renda etc.”.

Molinari registra que pesquisas feitas em ruas ou nos domicílios costumam ter margem de erro menor. “Porém sabemos que 90% da população brasileira possui acesso à telefonia celular e, especificamente na situação de quarentena que estamos vivendo, o método on-line é mais seguro do que o pessoal e sempre é menos invasivo que o telefônico”.

Pouco usado para pesquisas de opinião no Brasil, os painéis on-line são adotados como método de pesquisa no mundo todo, segundo Molinari. E regulamentados pelas principais associações de pesquisa. “Os painéis hoje são amplamente utilizados para pesquisas de satisfação, imagem de marca, qualidade de produtos e serviços, opinião, entre outras”, acrescenta.

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#PraCegoVer: em destaque, foto em plano fechado da flor de uma planta de maconha, com pistilos brancos concentrados no topo e folhas serrilhadas, e um fundo desfocado de vegetação. Imagem: Botanica | Wikimedia Commons.

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