Maconheiro bilionário Elon Musk diz que compra Twitter pela liberdade de expressão
De uma piada de maconha a um acordo bilionário, Musk afirma estar adquirindo a plataforma de rede social não por interesses econômicos, mas para tomar providências contra a censura
Elon Musk firmou um acordo para comprar o Twitter por US$ 54,20 por ação em dinheiro, em uma transação avaliada em aproximadamente US$ 44 bilhões (R$ 217 bilhões).
Os documentos de financiamento que ele apresentou na semana passada em apoio à sua proposta foram assinados em 20 de abril, abreviado como 4/20 no formato americano, mais uma referência ao termo que representa a cultura canábica.
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A diretoria do Twitter talvez não tenha levado a sério a proposta de Musk, depois de o bilionário ter tuitado em 2018 que estava considerando tornar a fabricante de carros elétricos Tesla privada por US$ 420 por ação, e posteriormente ter concordado em pagar US$ 20 milhões cada — Musk e Tesla — para liquidar as acusações de que ele enganou os investidores.
A Securities and Exchange Commission (comissão de valores mobiliários dos EUA) acusou Musk de fazer declarações que não eram baseadas em fatos e provocar um caos no mercado que prejudicou investidores.
Um dos maconheiros mais famosos do Twitter, com quase 89 milhões de seguidores, Musk provou a seriedade de seu anúncio e fez os consultores da plataforma arregalarem os olhos quando muitos dos maiores bancos de Wall Street se comprometeram a fornecer US$ 25,5 bilhões em dívidas — US$ 13 bi em financiamento bancário garantido pelo Twitter e US$ 12,5 bilhões respaldados por parte de sua participação na Tesla — para a compra da empresa.
Musk forneceu um compromisso de capital para saldar os US$ 21 bilhões restantes.
O bilionário diz que não se importa com aspecto econômico da transação e está comprando o Twitter para promover a liberdade de expressão.
“Esta não é uma maneira de ganhar dinheiro”, disse o dono da Tesla em uma conferência do TED 2022 sobre sua oferta para comprar o Twitter. “Meu forte senso intuitivo é que ter uma plataforma pública que seja extremamente confiável e amplamente inclusiva é extremamente importante para o futuro da civilização. Eu não me importo nem um pouco com a economia.”
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Em um comunicado à imprensa, Musk afirmou que “a liberdade de expressão é a base de uma democracia em funcionamento, e o Twitter é a praça da cidade digital onde são debatidos assuntos vitais para o futuro da humanidade”.
“Por ‘liberdade de expressão’, quero dizer simplesmente aquilo que está de acordo com a lei. Sou contra a censura que vai muito além da lei”, tuitou Musk na terça-feira. “Se as pessoas quiserem menos liberdade de expressão, pedirão ao governo que aprove leis nesse sentido. Portanto, ir além da lei é contrário à vontade do povo”.
Durante uma participação ao vivo no podcast do comediante Joe Rogan, em setembro de 2018, um mês após a polêmica oferta das ações da Tesla, Musk causou alvoroço nas redes sociais ao tomar a liberdade de acender e fumar um cigarro de maconha no programa.
Os conselheiros do Twitter se reuniram com Musk no domingo e tentaram convencê-lo a aumentar sua oferta, mas ele manteve sua posição de que a oferta de US$ 54,20 por ação era sua “melhor e final”, segundo a Reuters. A transação deve ser concluída ainda neste ano, dependendo da aprovação dos acionistas da plataforma.
“O conselho do Twitter conduziu um processo cuidadoso e abrangente para avaliar a proposta de Elon com foco deliberado em valor, certeza e financiamento. A transação proposta proporcionará um prêmio substancial em dinheiro e acreditamos que é o melhor caminho para os acionistas do Twitter”, disse Bret Taylor, presidente do conselho independente da plataforma, em comunicado.
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#PraTodosVerem: fotografia, em primeiro plano, de Elon Musk sorridente, enquanto inclina o corpo para o lado, com fundo em tons de azul e branco. Imagem: reprodução / Instagram.
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