Literatura Sativa: Que horas são?
Ela me chamou de “maconheira”
e me perguntou sorrateiramente:
“Que horas são, Caipora?”
Eu na lata joguei um papo reto
e respondi suave, suave:
É a hora de legalizar, garota!
É hora de amar o verde,
não apenas o azul e o rosa
o feminino e o masculino.
É que toda hora é hora
e qualquer hora serve,
se você sonha
com um Brasil rico de maconha,
rico com maconha, rico pela maconha
etc, etc, et coetera.
Então?
Então seja rápida, Pátria Amada Brasil,
e vê se não demora: vamos legalizar a coisa
e sentir o verde mais verde,
além do azul e do rosa e do vermelho.
Então?
Não me deixe apenas amarela na hora de ser feliz,
e, se a hora, como você já sabe, já passa de agora,
eu vos indago socraticamente filósofa ligeira:
“Why?”
Tudo isso num gesto bilíngue,
e, antes que você me xingue,
deixe-me tirar uma conclusão:
– São quatro e vinte,
agorinha mesmo
por que não?
Leia também ~ Literatura Sativa: Poema da sensação
#PraCegoVer: fotografia (de capa) de um bong transparente com desenhos da folha da maconha em cor preta, repleto de fumaça que também sai pelo bowl, sendo segurado na diagonal por uma mão feminina com esmalte vermelho; na parte direita da foto, pode-se ver parte de longos cabelos e ao fundo parte do corpo da pessoa. Créditos da foto: Getty.
- Literatura Sativa: Prefácio doidão - 26 de maio de 2020
- Literatura Sativa: Maconha recreativa - 18 de maio de 2020
- Literatura Sativa: O vegetal do amor que eu fumo - 15 de maio de 2020
- Literatura Sativa: O medicinal que eu fumo - 11 de maio de 2020
- Literatura Sativa: A maconha mais f… de todas - 12 de novembro de 2019
- Literatura Sativa: O Quebra-galhos - 5 de novembro de 2019