Laboratório Militar produzirá remédios à base de maconha em Portugal
O Laboratório Militar do Exército Português iniciará a produção de remédios manipulados à base de CBD e THC até ao final do ano para dar resposta aos pacientes que já têm prescrição médica. As informações são da Lusa, via Diário de Notícias
No âmbito de um protocolo assinado entre o Laboratório Militar de Produtos Químicos e Farmacêuticos (LMPQF) e o Observatório Português de Cannabis Medicinal (OPCM), o Laboratório Militar irá manipular Canabidiol (CBD) e Tetrahidrocanabinol (THC) isolados, à semelhança do que já faz com a metadona ou outros medicamentos abandonados [pela indústria] ou para doenças raras, segundo a presidente do OPCM, Carla Dias.
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De acordo com a lei, o Laboratório Militar está autorizado a produzir medicamentos que não se encontrem autorizados ou comercializados em Portugal e que sejam imprescindíveis na prática clínica e medicamentos manipulados, a distribuir pela rede hospitalar do Serviço Nacional de Saúde, assim como medicamentos necessários para fazer face a situações de emergência ou de epidemia, e medicamentos, preparações e substâncias à base da planta cannabis.
“Nós contatamos o Laboratório Militar e estabelecemos um protocolo”, sendo que até ao final deste ano “o LMPQF vai começar a manipular canabinoides de modo a poder preparar as receitas dos pacientes que já conseguem ter uma prescrição médica”, adiantou Carla Dias, que falava à agência Lusa a propósito da conferência “Portugal Medical Cannabis“, que ocorre desde ontem e terminará neste sábado (9), em Lisboa.
“No protocolo que estabelecemos, o laboratório adquire a matéria-prima, o canabidiol (CBD) e o tetrahidrocanabinol (THC) isolados, e faz um manipulado mediante a prescrição médica, seja para uma criança ou para um adulto“, explicou Carla Dias.
O Laboratório Militar e o Observatório Português de Cannabis Medicinal (OPCM), em conjunto com a Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, estão a realizar uma pós-graduação em boas práticas para Cannabis Medicinal para profissionais de saúde, que está na primeira edição, e vão também analisar os óleos derivados de cannabis que estão à venda no mercado.
Promovida pelo OPCM, a segunda Conferência Internacional de Cannabis Medicinal (PMC19) conta com mais de 20 oradores de países como EUA, Israel, Canadá, Espanha, Holanda, Alemanha, Panamá e Eslovênia, e espera mais de 500 participantes de 20 nacionalidades diferentes.
Segundo o OPCM, a Portugal Medical Cannabis 2019 recebeu o deferimento da sua candidatura à formação creditada pela Ordem dos Farmacêuticos para as áreas de Farmácia Comunitária, Farmácia Hospitalar, Investigação e Estudos Científicos, Indústria Farmacêutica, Análises Clínicas, Bromatológicas, Hidrológicas e Toxicológicas e Distribuição Farmacêutica.
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#PraCegoVer: fotografia (de capa) em vista superior que mostra duas mãos calçadas com luvas de laboratório brancas que estão cortando, com uma pequena tesoura, os buds verdinhos de um ramo de maconha, sobre uma superfície de cor preta; ao fundo, no quadrante esquerdo superior da foto, pode-se ver mais ramos de cannabis sobre uma superfície branca. Foto: Reuters.
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