Igreja Negra de Nova York realiza evento sobre negócios da cannabis

Fotografia do punho cerrado de uma pessoa negra apontando para cima e segurando um baseado entre os dedos; ao fundo parcialmente nítido, pode-se ver o que seria a parte de baixo de uma bandeira hasteada com duas listras horizontais brancas intercaladas com duas listras pretas com desenhos da folha da maconha. Nova York.

Para fomentar a inclusão das pessoas negras no mercado da maconha e a questão da justiça social e econômica da legalização, uma igreja negra de Nova York realizou um encontro sobre negócios da cannabis.

Há uma necessidade urgente de os americanos negros se informarem sobre as oportunidades de negócios que cercam a maconha, disse o pastor Anthony Trufant, da Igreja Batista Emmanuel, aos participantes do encontro Business of Cannabis [Negócios de Cannabis] realizado no Brooklyn, Nova York, na semana passada, segundo o informado pela NBC News.

A cúpula atraiu quase 1.000 participantes, que ouviram líderes da indústria nos setores de medicina, negócios e justiça social que trabalham com cannabis.

As comunidades negras de Nova York estão se reunindo para se inteirar sobre como os negócios e a política da indústria da cannabis vão impactá-las, uma vez que o governador Andrew Cuomo quer a legalizar a maconha recreativa para adultos com mais de 21 anos até o final de 2019. No ano passado, Cannaclusive, uma organização que defende a diversidade e inclusão na indústria da maconha, realizou eventos em Nova York para educar as pessoas sobre o uso de cannabis e oportunidades de investimento.

“É uma questão de justiça econômica”, disse Trufant na cúpula da Igreja Batista Emmanuel, em 23 de fevereiro. “Há oportunidades de investimento, emprego e microempresas. Por último, mas não menos importante, é uma questão de justiça política”.

Na cidade de Nova York, um relatório de 2018 do New York Times descobriu que pessoas negras foram presas oito vezes mais do que pessoas brancas não hispânicas por pequenas posses nos últimos três anos. Trufant e outros oradores enfatizaram a necessidade de eliminar os registros daqueles com delitos de maconha não violentos. Os palestrantes encorajaram os participantes a ligar para seus políticos locais para expressar sua preocupação.

“Esta guerra contra as drogas tem sido por muito tempo uma guerra contra as pessoas de cor e uma guerra contra os americanos pobres e isso afeta principalmente meus irmãos, filhos, pais e meus amigos”, disse a Procuradora Geral de NY, Letícia James.

O evento consistiu em painéis de discussão sobre como adquirir uma licença de cultivo ou dispensário, os benefícios médicos da maconha, e justiça social e reforma política. No painel de benefícios médicos, médicos negros e profissionais da medicina dispensaram o mito de que a maconha é uma “droga de entrada” e explicaram como ela pode beneficiar diretamente os pacientes negros.

“Reconhecemos que, em um momento em que há altos preços dos cuidados de saúde, a cannabis é realmente uma questão de proteção para pessoas que sofrem de câncer e outras doenças”, disse Trufant.

Kebra Smith-Bolden, uma enfermeira registrada e fundadora da CannaHealth, uma clínica de maconha medicinal em New Haven, Connecticut, disse que a questão número 1 de pessoas de cor quando visitam o centro é o transtorno de estresse pós-traumático. É uma questão geralmente associada aos veteranos, mas os afro-americanos que vivem em áreas urbanas também estão em alto risco para TEPT.

“Pessoas que cresceram nos bairros, pessoas que viram violência em suas vidas, estão literalmente checando cada caixa [para sintomas de TEPT]”, disse Smith-Bolden. “Pessoas que assumem que estão apenas ficando chapadas; elas estão realmente tentando se medicar. Mas elas precisam aprender como fazer isso corretamente”.

O evento foi realizado em parceria com a Women Grow, uma organização que cultiva a liderança feminina na indústria da maconha. Gia Morón, vice-presidente executiva da Women Grow, disse que o dia foi monumental porque reuniu muitos líderes negros no espaço canábico, como Jesce Horton, que dirige o Panacea Valley Gardens, um dos primeiros negócios de cultivo de propriedade de negros, e a Dra. Chanda Macias, a primeira mulher de cor a abrir um dispensário de cannabis na Costa Leste. Morón espera que o encontro tenha inspirado mais pessoas de cor a embarcarem.

“Espero que hoje algumas mentes tenham sido transferidas”, disse ela. “Espero que hoje algumas perguntas tenham sido respondidas e também espero que tenhamos convidado mais pessoas a se juntarem a nós nessa indústria, porque eu adoraria ser menos a minoria e adoraria ser a maioria.”

Leia também: Nova York avança rumo à legalização da maconha

#PraCegoVer: fotografia (de capa) do punho cerrado de uma pessoa negra apontando para cima e segurando um baseado entre os dedos; ao fundo parcialmente nítido, pode-se ver o que seria a parte de baixo de uma bandeira hasteada com duas listras horizontais brancas intercaladas com duas listras pretas com desenhos da folha da maconha.

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