Fintech de contas digitais oferece carteira de investimentos em cannabis

Fotografia, em visão aérea, de uma porção de buds de cannabis (maconha) secos, em tons de verde, circundados por notas de cem dólares.

Com perspectivas de que o mercado de maconha legal dobre até 2025, Nomad cria portfólio com ajuda de inteligência artificial. As informações são da Exame Invest

A fintech Nomad, que oferece contas digitais em dólar para brasileiros, passará a oferecer a seus clientes carteira de recomendações de investimentos em cannabis. O produto, que tem como objetivo capturar retornos de longo prazo, será composto por 15 ativos listados nos mercados dos Estados Unidos e Canadá. Entre eles, ações, ETFs e até REITs (semelhantes aos fundos imobiliários) voltados para cultivo da erva e suas diferentes utilidades medicinais, adultas e de produção.

Sócio-fundador e diretor de investimentos da Nomad, Eduardo Haber conta que o diferencial da carteira de recomendações é o uso de algoritmos desenvolvidos para identificar oportunidades no mercado. “É uma carteira ativa, com modelos quantitativos para a escolha e manutenção desses papéis. Nós damos os dados, mas quem faz a carteira é a inteligência artificial”, afirma.

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Entre os investimentos presentes na carteira estão empresas farmacêuticas relacionadas à cannabis e toda a cadeia de varejo, que vai desde o cultivo da planta até a venda para o consumo. Uma das maiores posições da carteira, com 8% de participação, é do REIT Innovative Industrial Properties (IIPR), que aluga espaços industriais para plantação de maconha. Já a maior posição, com cerca de 20%, é do ETF AdvisorShares Pure Cannabis, o YOLO.

Os investimentos em cannabis fazem parte do quadro de recomendações temáticas da Nomad, que tem outras nove carteiras do tipo, voltadas para setores como tecnologia, saúde e jogos eletrônicos. “Queremos trazer o mercado internacional para nossos clientes diversificarem seus investimentos por meio de uma maior amplitude de setores e de quantidade de empresas de um mesmo segmento”, diz Haber.

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Segundo ele, as escolhas pelas temáticas envolvem a percepção sobre os impactos sociais e ambientais e a perspectiva de expansão do setor no longo prazo.

“É uma planta com alta popularidade recreativa, com potencial medicinal imenso, é capaz de produzir plástico e papel e ajuda na performance de atletas. Todo esse potencial vinha sendo travado por proibições regulatórias, que vêm caindo na América do Norte e em diversos outros países”, afirma Haber.

A expectativa do diretor de investimentos é de que o mercado legal de cannabis mais do que dobre de tamanho até 2025, de 20 bilhões para 43 bilhões de dólares. “Isso vai representar um terço do mercado de cerveja, sem contar seu uso em produção de materiais como papel, tijolos e plástico.”

Potenciais de crescimento para o mercado de cannabis também têm atraído a atenção de gestores de fundos do Brasil. Um dos percursores desse tipo de investimento no país foi a Vitreo, recentemente adquirida pelo BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da Exame). Somente nessa estratégia, a gestora tem mais de 50 milhões de reais sob gestão. Considerando apenas os fundos destinados ao tema, os brasileiros investem pelo menos 150 milhões de reais no mercado internacional de cannabis.

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#PraTodosVerem: fotografia, em visão aérea, de uma porção de buds de maconha secos, em tons de verde, circundados por notas de cem dólares.

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