Extratos de cannabis podem inibir processo de envelhecimento da pele, diz estudo

Fotografia mostra um frasco conta-gotas de cor âmbar e tampa preta junto a alguns buds secos de maconha e, sob os mesmos, um pedaço de tecido de juta, em uma superfície de madeira. Imagem: CNN.

Novas evidências levantadas por cientistas poloneses mostram que os canabinoides podem ser absorvidos pela pele e proporcionar efeitos positivos nas células. As informações são da Mugglehead Magazine

Apesar da falta de evidências concretas para apoiar todas as inúmeras alegações de bem-estar feitas sobre o CBD, uma nova pesquisa sugere que os canabinoides podem ser absorvidos pela pele e proporcionar efeitos benéficos.

Um estudo recente publicado na revista Molecules mostra que os extratos de cânhamo podem ter efeitos positivos nas células da pele, incluindo atividade antioxidante, hidratação, maior viabilidade das células da pele e até mesmo inibição do processo de envelhecimento.

Cientistas poloneses da Universidade de Tecnologia e Gestão da Informação de Rzeszow testaram extratos de cânhamo em uma série de métodos de teste in vitro e baseados em células. Os extratos de água-etanol continham pequenas quantidades de canabinoides como o THC, bem como 15% de CBDA e 3,1% de CBD.

Os pesquisadores descobriram que os extratos causaram atividade antioxidante significativa durante o uso em testes químicos in vitro. Os canabinoides não mostraram quaisquer sinais de toxicidade para as camadas de células da pele testadas.

Leia mais – Hemp Beauty: cinco perguntas respondidas por especialistas no assunto

Os extratos foram então infundidos em hidrogéis e aplicados nos antebraços de 15 voluntários saudáveis, que relataram melhor hidratação em comparação com testes usando hidrogéis sem extratos. A descoberta sugere que os cosméticos que contêm extratos de cânhamo podem atuar como hidratantes naturais.

Pela primeira vez, o estudo também mostrou que os canabinoides inibiram vários processos de degradação da pele — metaloproteinases, colagenase e elastase — responsáveis ​​pelo envelhecimento.

“Devido à grande demanda por preparações que inibem o processo de envelhecimento da pele, o efeito dos extratos de cânhamo na hidratação da pele e a possibilidade de prevenir a degradação das fibras de colágeno e elastina aqui apresentados indicam o valor desses extratos”, escreveram os autores.

No geral, os resultados mostraram que os tópicos infundidos com CBD têm efeitos protetores promissores na pele.

Leia mais: Moléculas derivadas do CBD apresentam poderosa ação antioxidante na pele

Chave da pesquisa para revelar o potencial do CBD no mercado de skin care

Antes deste estudo, faltava evidência clínica de que os canabinoides podem ser absorvidos através das camadas da pele. Embora tenha sido comprovado que os receptores canabinoides estão presentes nas células da pele, a absorção através da camada aquosa da pele é difícil porque os canabinoides são hidrofóbicos, o que significa que repelem a água.

Mas isso não impediu a indústria cosmética de lançar uma gama de produtos para a pele com infusão de CBD nos últimos anos. O mercado global de cuidados com a pele à base de CBD deve atingir US$ 1,7 bilhão até 2025, de acordo com a empresa de pesquisas Million Insights.

Mas para que o setor de skin care à base de CBD cresça, mais pesquisas clínicas são necessárias para determinar os efeitos dos canabinoides na pele humana, incluindo se eles podem ser absorvidos adequadamente.

Desde 2015, a Administração de Alimentos e Drogas (FDA) dos EUA enviou dezenas de cartas de advertência a empresas por fazerem alegações de saúde enganosas sobre seus produtos com infusão de CBD. Algumas empresas de cuidados com a pele afirmam que o CBD pode tratar doenças de pele como acne, psoríase e até câncer.

A FDA tem reunido dados científicos sobre os efeitos e danos potenciais do uso de canabidiol desde 2019, em um esforço para criar regulamentações para produtos de CBD.

Outro estudo publicado na Molecules no mês passado proveu fortes evidências de que os canabinoides sintéticos, principalmente THC e CBD, reduzem significativamente a inflamação causada por doenças de pele, incluindo câncer e psoríase.

“Embora as políticas, regimes e limitações legais impeçam parcialmente a divulgação e a prescrição de produtos de cannabis medicinal, o interesse neste campo está aumentando à medida que mais evidências da eficácia dessas substâncias se tornam disponíveis, e o uso de canabinoides no tratamento de doenças de pele pode se tornar convencional no futuro”, escreveram os pesquisadores da Universidade de Medicina e Farmácia em Bucareste, na Romênia.

Um estudo de 2014 publicado no Journal of Clinical Investigation mostra que o CBD pode tratar doenças de pele como acne, reduzindo a produção excessiva de óleo, bactérias e inflamação.

Um relatório publicado pela Prohibition Partners no ano passado destacou outros estudos que mostram o potencial promissor do CBD em lidar com o envelhecimento, tendo em vista as propriedades antissebo do composto. O sebo é a secreção de óleo produzida no tecido da pele humana.

Leia também:

Em Hong Kong, o canabidiol está se tornando popular por seus efeitos terapêuticos

#PraCegoVer: em destaque, foto que mostra, em uma superfície de madeira, um frasco conta-gotas de cor âmbar e tampa preta junto a algumas flores secas de maconha e, sob os mesmos, um pedaço de tecido de juta. Imagem: CNN.

Deixe seu comentário
Assine a nossa newsletter e receba as melhores matérias diretamente no seu email!