Estudo mostra efeitos positivos da cannabis no tratamento do TEPT

Fotografia que mostra um estetoscópio, alguns ramos de cannabis secos e um frasco com substância amarela deitado em uma superfície branca lisa. Crédito: jcomp | Freepik.

Um centro médico israelense e uma produtora de maconha estão fazendo um esforço conjunto para relatar os benefícios medicinais da planta — 91% dos pacientes com transtorno de estresse pós-traumático que participaram do ensaio apresentaram sucesso terapêutico

Um ensaio clínico realizado pelo Centro Médico Soroka e pela empresa israelense de cannabis medicinal Tikun Olam-Cannbit mostrou resultados promissores no tratamento de Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) com maconha.

Os resultados do estudo, realizado ao longo de três anos com 8.560 israelenses com idade média de 54,6 anos, foram extremamente positivos. Por exemplo, entre os pacientes medicados com cannabis, 638 (52,5%) pararam ou reduziram o uso de opioides, 102 (36,9%) o uso de antipsicóticos, 391 (35,7%) o de antiepilépticos e 212 (35,3%) o de hipnóticos e sedativos.

No geral, mais de dois terços dos pacientes (67,9%) que fizeram uso de cannabis relataram melhora pelo menos moderada nos sintomas, sem efeitos colaterais graves, com 90,8% dos pacientes com TEPT sendo classificados como sucesso terapêutico após seis meses.

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A pesquisa, publicada em fevereiro na Frontiers in Medicine, também descobriu que os sintomas mais melhorados com o uso de maconha foram ataques de raiva (diminuição de 91,5%), inquietação (89,5%), distúrbios do sono (89,1%) e náuseas (88,9%).

Os produtos fornecidos aos participantes foram desenvolvidos pela Tikun Olam-Cannbit. A variedade de cannabis mais comumente usada foi uma indica a 18% de THC (Erez, 2.551 pacientes). Esta strain foi mais frequentemente consumida por fumo ou vaporização (1.306 pacientes), com um peso médio de inflorescências secas de 0,3 g (54 mg THC) por administração e uma frequência de 3,4 administrações por dia.

Um total de 935 pacientes consumiram óleo sublingual (Erez 300 mg THC / 10 ml), consumindo uma dose média de 5,7 mg de THC por administração, em uma frequência de 2,4 administrações por dia.

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“No passado, já demonstramos que o tratamento com produtos de cannabis medicinal alivia os sintomas e melhora a qualidade de vida dos pacientes”, disse Lihi Bar-Lev Schleider, chefe de P&D da Tikun Olam-Cannbit, em entrevista para o Jerusalem Post. “Esta é a primeira vez que foi realizada uma análise aprofundada, organizada e sistemática de uma grande quantidade de dados sobre um grupo muito grande de pacientes e na qual, sem viés, foi examinado o efeito do tratamento para várias indicações.”

Os resultados do estudo israelense condizem com pesquisas anteriores que demonstram os benefícios medicinais da maconha e podem abrir caminho para tratamentos em larga escala de TEPT.

Em dezembro, a Tikun Olam-Cannbit assinou um acordo de distribuição com a gigante farmacêutica Teva Israel para levar vários produtos de cannabis medicinal, administrados como óleos ricos em THC e CBD, aos mercados israelense e palestino.

Participaram do estudo Lihi Bar-Lev Schleider, Raphael Mechoulam, Inbal Sikorin, Timna Naftali e Victor Novack.

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#PraTodosVerem: fotografia mostra um estetoscópio, alguns ramos de cannabis secos e um frasco com substância amarela deitado em uma superfície branca lisa. Crédito: jcomp | Freepik.

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