Estudo busca voluntários para tratamento com cannabis contra enxaqueca crônica

Foto, tirada de cima pra baixo, mostra um conta-gotas preto contendo um pouco de óleo amarelo e um frasco âmbar de tampa preta, sobre uma pequena folha de cannabis, em uma superfície marmorizada em branco e tons claros de cinza. Imagem: jcomp | Freepik.

Para participar os interessados devem residir no Brasil e ter entre 18 e 59 anos, além de apresentar sintomas prévios da doença

Durante três meses, 40 pacientes serão acompanhados por médicos e pesquisadores em um estudo inédito no Brasil que irá avaliar quais os benefícios e eventuais efeitos adversos da administração oral do óleo de cannabis em pessoas que sofrem com enxaqueca crônica. Segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia, cerca de 30 milhões de pessoas sofrem com enxaqueca no Brasil.

O estudo será realizado pela clínica on-line Uidi — focada em atender pessoas que buscam tratamento com cannabis medicinal — em parceria com o Laboratório de Neurociência Comportamental da Unisul (Universidade do Sul de Santa Catarina) e com apoio da empresa de produtos derivados de cannabis Natyva Care e da associação de pacientes Santa Cannabis.

Renan D. Justino, CEO da Uidi, destaca a importância do estudo e ações que visam desmistificar o uso medicinal da cannabis com base científica. “É muito gratificante poder contribuir para levar acesso a mais qualidade de vida através do uso medicinal da cannabis. Já são cerca de 100 mil brasileiros que se beneficiam dos efeitos terapêuticos dessa planta, que tem potencial de ajudar milhões de pessoas em nosso país. Cada vez mais a cannabis precisa ser tratada de forma séria e responsável pela sociedade, e promover ações com viés científico nos dá esse respaldo.”

Para participar do estudo, os interessados devem residir no Brasil e ter entre 18 e 59 anos, além de apresentar sintomas prévios de enxaqueca crônica.

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“Para se inscrever é necessário preencher um questionário de seleção, de onde serão cruzados os dados para escolha dos participantes de acordo com os critérios de saúde e socioeconômicos”, explica o neurocientista Dr. Rafael Bittencourt, professor responsável pela pesquisa, destacando que o estudo observacional será do tipo coorte prospectivo e os pacientes serão avaliados periodicamente.

Os pacientes selecionados serão acompanhados ao longo de três meses por uma equipe multidisciplinar e responderão a uma série de questionários autoaplicáveis.

Bittencourt reforça que o objetivo do estudo é constatar a evolução dos pacientes quanto à melhora dos sintomas enxaquecosos, possíveis efeitos adversos, diminuição da incapacidade causada pela enxaqueca, melhora da qualidade de vida e, consequentemente, diminuição do uso de medicamentos analgésicos.

O diretor médico da Uidi, Laerte Rodrigues Júnior, enfatiza que o tratamento com cannabis vem se mostrando cada vez mais eficaz e individualizado. “Queremos assimilar a dose ideal de cada paciente no combate à enxaqueca”.

Laerte salienta que mulheres grávidas, lactantes ou que planejam engravidar, além das pessoas que têm histórico de intolerância aos componentes da planta ou que fizeram uso de canabinoides no mês que antecede o estudo, não poderão ser voluntários pelos critérios de pesquisa. “A previsão é que a publicação definitiva da conclusão da pesquisa seja apresentada no primeiro semestre de 2023”.

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Os pacientes farão uso dos produtos importados oferecidos pela empresa Natyva Care, que trabalha com produtos 100% orgânicos, fabricados com o que há de mais moderno no mercado e sob um rigoroso controle de qualidade, pureza e potência, de acordo com um comunicado à imprensa.

Além dos produtos da Natyva Care, os pacientes serão acolhidos pela associação Santa Cannabis, com sede em Florianópolis, Santa Catarina.

Para o presidente da Santa Cannabis, Pedro Sabaciauskis, a iniciativa é importante para a construção de uma política pública que possa incorporar a planta como alternativa terapêutica, uma vez que a enxaqueca afeta um bilhão de pessoas ao redor do mundo, principalmente as mulheres. “A Santa Cannabis estar envolvida neste estudo com tratamento de forma gratuita nos enche de orgulho. Isso reforça nossa missão enquanto ONG e prova que, no setor da cannabis, o capital e o social podem e devem andar juntos em benefício da população”.

No dia 24 de maio, a partir das 20 horas, acontecerá um painel on-line com os médicos e pesquisadores responsáveis pelo estudo. Para obter mais informações e esclarecer dúvidas, basta acessar o perfil clinicauidi no Instagram.

Saiba como participar

As pessoas interessadas em participar do estudo para avaliar quais os benefícios e eventuais efeitos adversos da administração oral do óleo de cannabis no tratamento da enxaqueca crônica podem se inscrever até o dia 31 de maio através do site http://uidi.com.br/estudo-enxaqueca.

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#PraTodosVerem: fotografia, em visão aérea, mostra um conta-gotas preto contendo um pouco de óleo amarelo e um frasco âmbar de tampa preta, sobre uma pequena folha de cannabis, em uma superfície marmorizada em branco e tons claros de cinza. Imagem: jcomp | Freepik.

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