Esqueça o cultivo: as empresas agora podem fabricar cannabis do mesmo modo que a cerveja
A biologia sintética permite que se fabrique os canabinoides menos abundantes na cannabis em outros organismos, como a levedura, com grau farmacêutico e de forma mais rápida, barata e especializada. Com informações da Forbes
A indústria da cannabis está crescendo. E esse não é o trabalho de apaixonados por Grateful Dead, chapados vestidos com gravatas coloridas, é outro demográfico inesperado. De acordo com um estudo da CFN de 2019, as mulheres são as consumidoras de cannabis que mais crescem. Baby boomers com mais de 50 anos e mulheres estão impulsionando o aumento no consumo de óleo de canabidiol (CBD).
A maior parte da cannabis é cultivada em estufas sob luzes de cultivo ou ao ar livre nos campos. Os ingredientes mais conhecidos – canabidiol (CBD) e tetraidrocanabinol (THC) – são extraídos das plantas. Mas agora as estufas, e a própria planta, não são mais necessárias. As empresas estão usando a biologia sintética para “fabricar” cannabis, assim como as cervejarias fabricam cerveja.
A mudança de atitude em relação à cannabis e o aumento do conhecimento do sistema endocanabinoide do nosso corpo estão impulsionando o crescimento da indústria. Um relatório de 2019 da Arcview Research e da BDS Analytics projeta que a cannabis legal global cresça 36% em 2019. A indústria deve crescer para US$ 40 bilhões até 2024. Até gigantes de refrigerantes como PepsiCo e empresas de cerveja, vinho e bebidas como a Constellation Brands são entrando em ação. Elas estão criando refrigerantes com CBD e cervejas com maconha.
Por que cannabis?
A planta de cannabis possui cerca de 500 ingredientes ativos – mais de 100 canabinoides diferentes. O mais conhecido, THC, causa os efeitos intoxicantes da planta. O outro composto que parece estar em toda parte nos dias de hoje é o CBD. É apresentado como um elixir mágico para uma variedade de problemas de saúde e está disponível em refrigerantes, tinturas e até produtos farmacêuticos. Existem muitos outros canabinoides menos abundantes na planta. Mas a maioria desses compostos é um desafio para se obter através da produção da planta ou extrair em grandes quantidades.
Fabricação de cannabis
No entanto, com a biologia sintética, os cientistas podem fabricar esses compostos em outros organismos, como a levedura, permitindo a criação de canabinoides de grau farmacêutico. Além disso, é uma produção mais rápida, barata e especializada desses compostos.
Leia: Empresa quer transformar cana-de-açúcar em maconha
As empresas já estão fazendo isso. A LAVVAN, por exemplo, é uma empresa recém-formada comprometida em fornecer canabinoides superiores a um custo reduzido. A empresa de engenharia de organismos Ginkgo Bioworks assinou um contrato de US$ 122 milhões com a potência canadense de maconha Cronos Group. A Intrexon, uma empresa que aplica biologia sintética em vários setores, anunciou um contrato de licenciamento de US$ 100 milhões com a Surterra Holdings, uma das empresas de bem-estar que mais cresce nos Estados Unidos. No Canadá, a start-up Hyasynth recebeu um investimento de US$ 10 milhões de outra produtora canadense de cannabis, a Organigram.
Com a crescente demanda do consumidor e as aplicações de cannabis na indústria farmacêutica, há muitas oportunidades para a biologia sintética acelerar o campo. A biologia sintética aumentará nosso conhecimento da planta, os efeitos de seus compostos ativos e tornará aqueles de interesse mais disponíveis.
Tradução: Joel Rodrigues | Smoke Buddies.
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#PraCegoVer: fotografia (de capa) em vista superior de uma inflorescência de maconha ainda em cultivo, com pistilos e um fundo brancos. Foto: Pixabay.
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