Especialistas defendem eficácia de medicamentos à base de cannabis, na Câmara

Fotografia em plano fechado que mostra um cultivo de planta de cannabis, com pistilos de cor creme concentrados onde será desenvolvida a inflorescência. Foto: Luiz Michelini. doutora

O presidente da comissão, deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), defendeu que a produção de remédios à base de cannabis deve ser ampliada a toda indústria farmacêutica e às cooperativas

Especialistas ouvidos pela comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa a regulamentação de medicamentos feitos com cannabis (PL 399/15) defenderam a eficácia da substância no tratamento de diversas doenças.

A psiquiatra Lisia von Diemen, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), defende a regulamentação de medicamentos à base de cannabis, o que ainda é proibido no Brasil. “A gente tem indicação pra náuseas no pós-quimioterapia. Nesses casos, há mais benefícios do que riscos”, disse.

O neurocientista Sidarta Ribeiro, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, afirmou que o conhecimento sobre o tratamento de doenças com a substância está se ampliando nos últimos anos. “Eu citaria como mais importantes a epilepsia, o mal de Parkinson, câncer, dores neuropáticas de vários tipos, doenças ligadas à inflamação e mais recentemente evidencia de que é importante para combater os defeitos cognitivos de envelhecimento“.

#PraCegoVer: fotografia que mostra a mesa da comissão especial, onde estão sentados o conselheiro do CFM Salomão Rodrigues, o especialista Ricardo Ferreira, o deputado Luciano Ducci (PSB-PR), o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), a médica Carolina Nocetti e a psiquiatra Eliane Guerra. Foto: Vinicius Loures | Câmara dos Deputados.

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A Anvisa analisa duas resoluções para facilitar o acesso a esses medicamentos: uma para a produção em território brasileiro e outra para comercialização. Para a agência, é preciso garantir acesso à medicação com “segurança, qualidade e eficácia”.

Hoje, é possível conseguir na Justiça o direito de fabricar o medicamento ou de importá-lo. Nesses casos, segundo a Anvisa, não é feito o acompanhamento devido pelos órgãos reguladores.

Monopólio

O presidente da comissão especial, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), defende que a regulamentação impeça o monopólio na produção dos medicamentos à base de cannabis. “Nós não queremos que essa regulamentação favoreça somente as grandes empresas, que vão impor sempre altos custos ao SUS, no Brasil”, ressaltou.

Para Teixeira, a produção deve ser ampliada a toda indústria farmacêutica e às cooperativas. “Para que o preço desse produto seja barato e acessível aos pacientes brasileiros”, completou.

Os deputados já realizaram seis audiências públicas sobre a regulamentação de medicamentos formulados a partir da cannabis. E o relatório da comissão especial que discute o tema deve estar concluído até o final do mês de novembro.

Assista à audiência

Fonte: Agência Câmara Notícias

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#PraCegoVer: fotografia (de capa) que mostra um cultivo de planta de cannabis, com pistilos de cor clara concentrados onde será desenvolvida a flor. Foto: Luiz Michelini.

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