Empresa farmacêutica investe milhões em campanha contra legalização da maconha nos EUA

A Insys Therapeutics, famosa por produzir um medicamento altamente viciante derivado do ópio, conhecido como fentanil (que matou recentemente o cantor Prince), doou cerca de R$5,2 milhões para campanha que vai na contra mão da legalização da erva no país. Doação simboliza as ações da indústria farmacêutica para barrar mudanças nas leis de drogas, que podem permitir tratamentos mais baratos e mais eficazes utilizando a maconha. As informações são do R7.

Uma controvesrsa empresa farmacêutica que produz um medicamento controlado altamente viciante — o derivado do ópio conhecido como fentanil — doou R$ 1,6 milhões para a campanha contrária à legalização da maconha no estado norte-americano do Arizona.

Defensores da legalização da cannabis (nome científico da maconha) consideram a empresa Insys Therapeutics símbolo da forma como os fabricantes de analgésicos perigosos tentam bloquear a descriminalização para manter seus lucros estratosféricos.Isso se deve ao fato de a maconha ser uma alternativa mais barata e mais segura para o tratamento de algumas doenças para as quais a indústria farmacêutica produz remédios.

“Estamos verdadeiramente chocados com a decisão dos nossos adversários em receber uma doação do que parece ser um dos membros mais inescrupulosos da indústria farmacêutica”, afirmou J. P. Holyoak, presidente da Campanha para Regular a Maconha como o Álcool, em um comunicado.

— Você tem uma empresa que utiliza os lucros das vendas do que tem sido chamado de “o opióide mais potente e perigoso do mercado” para impedir as pessoas de usarem uma substância muito menos prejudicial.

Atualmente, a Insys Therapeutics comercializa apenas o medicamento Subsys — uma forma de spray oral de fentanil, um analgésico poderoso feito a partir do ópio e altamente viciante.

Nos últimos anos, a Insys Therapeutics foi alvo de inúmeras investigações baseadas em denúncias de que a empresa estaria comercializando ilegalmente o Subsys. O Estado de Illinois processou a companhia em agosto deste ano, argumentando que a Insys tinha comercializado o analgésico para usos além dos indicados pelos órgãos reguladores.

Os Estados da Califórnia, Massachusetts, Connecticut, Arizona e Oregon também abriram investigações sobre as táticas de vendas da empresa.

Os Estados Unidos estão no meio de uma epidemia mortal de opióides. Mais de 28.000 americanos morreram de overdose de drogas baseadas no ópio em 2014, de acordo com o Centro de Prevenção e Controle de Doenças. Os opiáceos incluem drogas ilegais, como a heroína, mas o maior aumento registrado nas mortes por overdose entre 2013 a 2014 diz respeito a drogas sintéticas, como o fentanil.

Recentemente, a droga ganhou as manchetes do mundo inteiro com a revelação de que o músico norte-americano Prince morreu aos 57 anos em decorrência de uma overdose de fentanil.

O Jornal da Record também prosuziu uma série de reportagens especiais sobre o mercado ilegal de drogas restritas e o uso do fentanil como droga recreativa por médicos brasileiros.

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