Empresa de cannabis medicinal canadense está desenvolvendo vacina contra Covid-19

Ilustração computadorizada que mostra a forma do coronavírus 2019-nCoV (Covid-19), representada por uma esfera pontiaguda de cor verde sombreado, e um fundo em tons de verde onde vê-se outras cópias do vírus. Imagem: Pixabay.

Pesquisadores da província de Saskatchewan, no Canadá, estão se esforçando para ver se as plantas têm um papel na luta contra a Covid-19. Com informações da Global News e tradução pela Smoke Buddies

A empresa de cannabis medicinal baseada na cidade de Saskatoon, Zyus Life Sciences, está trabalhando com o Centro Internacional de Vacinas da Organização de Vacinas e Doenças Infecciosas (VIDO-InterVac) para ajudar a desenvolver um antígeno potencial que seja utilizável em uma vacina para a COVID-19.

“Nós tínhamos uma plataforma de proteína na qual trabalhamos por vários anos antes de estar no espaço da cannabis. Eu perguntei à nossa equipe: ‘você acha que poderíamos produzir uma vacina desse tipo de proteína usando nosso outro sistema de planta? E eles realmente não viram por que não”, disse o CEO da Zyus, Brent Zettl.

“Basicamente, temos dois tipos de compostos diferentes que podemos produzir. Um usando uma planta de cannabis, mas outro usando uma planta diferente que podemos usar para produzir a proteína… o lado da cannabis realmente nos ajudou a determinar as melhores maneiras de fabricar drogas daqui para frente.”

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A Zyus disse que irá alavancar sua plataforma de tecnologia de plantas biofarmacêuticas para desenvolver e expressar uma proteína que o VIDO-InterVac identificou como um antígeno potencial para uma vacina contra a COVID-19.

“As informações genéticas que o VIDO-InterVac desenvolveu para encontrar o antígeno real que funcionaria como vacina, na verdade, é uma fita de proteína. Então, nós pegamos esse DNA e, na verdade, o projetamos em uma planta e a própria planta poderá fabricar a mesma proteína”, disse Zettl.

Vamos pegar e purificar essa proteína e colocá-la em um frasco e depois devolvê-la ao VIDO-InterVac, que fará a vacina e a entregará aos animais em um teste. É apenas outra maneira de fabricar essa vacina em particular usando plantas em vez de animais.”

Zettl disse que o desenvolvimento de componentes de vacina em plantas, em vez do método tradicional de células animais, traz benefícios em potencial.

“Existem alguns benefícios. Um é que, uma vez que você ensina uma planta a fazer algo assim, a planta faz isso de maneira muito eficiente e muito eficaz à medida que clona. Ela clonará essa proteína com sucesso ano após ano”, afirmou.

“O segundo (benefício) é conseguir escalar. Nós queremos fazer isso em uma escala muito maior, muito mais rapidamente, uma vez que ensinamos uma planta a fazer isso… Ela pode ser muito mais rápida em seu desenvolvimento, para que possamos obter um desenvolvimento muito mais rápido do produto em uma escala que, no final das contas, pode se traduzir em uma maneira mais barata de produzi-lo no futuro.”

“O último (benefício) é que certas pessoas iriam querer, se uma vacina se tornar disponível, (uma) de uma fonte vegetal em oposição a uma fonte animal. Especialmente as pessoas que são mais sensíveis a esse tipo de coisa, como vegetarianos e veganos.”

Os esforços da Zyus já estão em andamento com o objetivo de extrair o suficiente da proteína através de seu sistema de expressões de plantas para o VIDO-InterVac determinar sua eficácia em modelos animais da COVID-19.

“Esperamos ter uma proteína de vacina purificada em um frasco até o final de agosto que possamos entregar ao VIDO-InterVac e ver se é a correta, ver se ela precisa ser ajustada ou se está pronta para ser preparada em uma vacina que pode ser entregue aos animais”, disse Zettl.

“Esse será o primeiro ponto de transferência onde poderemos realmente ver o que está acontecendo.”

O diretor do VIDO-InterVac, Dr. Volker Gerdts, disse que, por meio dessa parceria, eles estão explorando métodos alternativos de produção de antígenos, com o objetivo de potencialmente expandir a capacidade global de produção de vacinas para a COVID-19.

A abordagem é uma das várias que o VIDO-InterVac, baseado em Saskatoon, está explorando em um esforço para expandir o desenvolvimento de vacinas contra o novo coronavírus, disseram autoridades.

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#PraCegoVer: em destaque, ilustração computadorizada que mostra a forma do coronavírus 2019-nCoV, representada por uma esfera pontiaguda de cor verde sombreado, e um fundo em tons de verde onde vê-se outras cópias do vírus. Imagem: Pixabay.

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