Decisão de tribunal europeu provoca boom de lojas de CBD na França
O crescimento do mercado de canabidiol francês representa uma recuperação depois dos esforços do governo na tentativa de banir a planta em 2018. As informações são do The Connexion
Lojas que vendem produtos com CBD (canabidiol) em sua composição estão se espalhando pela França depois que um tribunal decidiu que o país não poderia proibir a venda da substância.
O CBD pode ser encontrado em tudo, desde chá, azeite de oliva, mel, óleo de massagem, cosméticos e muito mais. É derivado da planta de cannabis, mas — ao contrário da própria cannabis — oferece um resultado puramente relaxante, sem compostos ou efeitos psicotrópicos. (O canabidiol é psicoativo? Clique aqui e saiba mais.)
Um proponente do produto, Aurélien Delecroix, presidente do Sindicato Profissional do Cânhamo (SPC), chegou a dizer que “o mercado francês de CBD pode chegar a € 1 bilhão”.
Em 19 de novembro deste ano, o Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) decidiu que a França não pode proibir a venda de CBD que for produzido legalmente em outro estado-membro do bloco.
Leia mais: A proibição do CBD na França é considerada ilegal pela Justiça europeia
Ludovic Rachou, tesoureiro do SPC, disse: “O TJUE [também] concluiu que o CBD não é um narcótico”.
Como resultado, mais e mais lojas estão começando a abrir em grandes cidades como Paris, Bordeaux, Marselha e Lyon, com produtos de CBD em suas prateleiras, muitos dos quais com novos rótulos com os dizeres “100% legal”.
O TJUE envolveu-se depois que o Tribunal de Apelação de Aix-en-Provence pediu-lhe para intervir em um caso contra dois empresários de Marselha que haviam sido acusados de vender ilegalmente um cigarro eletrônico à base de CBD sob a marca Kanavape.
O “caso Kanavape” levou à criação do SPC, que fez lobby junto ao governo sobre a questão e buscou conscientizar sobre os usos positivos da “cannabis para o bem-estar”. Um relatório do governo sobre o assunto deve ser apresentado no início de 2021.
Agora, as leis francesas precisarão se adaptar para refletir a decisão do TJUE, e os empresários já começaram a fazer planos.
Leia mais: França distribuirá cannabis medicinal gratuita em experimento previsto para 2021
À luz da decisão do TJUE, um agente imobiliário em Paris, Kevin Uzan, cofundador da agência comercial Commerce Immo, disse ao jornal Le Monde: “Em cerca de 100 ligações por dia, estamos recebendo de 10 a 15 de pessoas em busca de locais comerciais para CBD em Paris”.
“Eles procuram bairros de estilo boêmio, como République, Bastille, le Marais, Saint-Germain e Saint-Michel.”
Um proprietário da marca Green Valllée, que agora tem duas lojas em Paris — uma no 15º arrondissement e outra no 17º — disse ao Le Monde: “Vendemos tudo o que é baseado em CBD. [Esses produtos] têm menos de 0,2% de THC e não são considerados drogas de acordo com a legislação europeia”.
“Não temos THC, mas temos o lado bom com o canabidiol. No entanto, ainda não recomendamos seu uso por crianças”.
O crescimento das lojas de CBD na França representa uma recuperação depois que o composto foi temporariamente banido na França em 2018. Depois disso, o número de lojas caiu para cerca de 30, de acordo com o Sr. Delecroix.
Agora, existem cerca de 300 lojas e contando, incluindo cerca de 50 sob a franquia Deli Hemp.
O Sr. Delecroix, do SPC, fundou a Green Leaf Company com a marca Hello Joya, que foi vendida para a marca britânica Emmac em 2019.
A Emmac pretende se tornar a líder do mercado europeu de CBD e anunciou planos para negociar na Nasdaq.
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#PraCegoVer: em destaque, foto que mostra, em uma superfície de madeira, um frasco conta-gotas de cor âmbar e tampa preta junto a algumas flores secas de maconha e, sob os mesmos, um pedaço de tecido de juta. Imagem: CNN.
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