DEA amplia programa de pesquisa sobre maconha nos Estados Unidos

Fotografia de um cultivo de maconha onde uma lupa aparece no primeiro plano, ampliando os cálices tricomados de uma das inflorescências. Foto: Rafael Rocha | Smoke Buddies.

O órgão federal de combate às drogas dos EUA, (DEA, Drug Enforcement Administration) anunciou que seguirá em frente com uma expansão, atrasada, de seu programa de pesquisa sobre maconha, em um sinal de que a hostilidade do governo Trump à maconha pode estar diminuindo. As informações são da agência de notícias Reuters

O DEA disse, na última segunda-feira (26), que lançaria novas diretrizes que permitiriam que mais produtores produzissem maconha para pesquisas científicas e médicas.

Isso pode levar a “medicamentos seguros e eficazes que possam ser aprovados para comercialização pelo Food and Drug Administration (FDA)”, informou a agência em um documento regulatório.

O órgão também disse que os produtores de cânhamo, forma industrial de maconha, não precisarão obter uma permissão da agência. O anúncio ocorre mais de três anos depois que o DEA declarou pela primeira vez, em agosto de 2016, que expandiria o número de produtores licenciados.

Atualmente, apenas um produtor da Universidade do Mississippi está licenciado para produzir maconha. Os pesquisadores reclamam que o monopólio limitou os tipos de cannabis disponíveis para estudo, restringindo sua capacidade de aprender sobre os mais de 100 compostos químicos da planta.

O DEA ainda não tomou medidas sobre as 33 solicitações recebidas desde então, pois o governo Trump ameaçou reprimir a maconha, que agora é legal para uso recreativo ou médico em 33 estados e em DC. A maconha permanece ilegal sob a lei federal, criando incerteza jurídica e congelando muitas empresas do sistema bancário.

O então procurador-geral dos Estados Unidos, Jeff Sessions, disse aos promotores federais em janeiro de 2018 que eles poderiam ir atrás de usuários e produtores de maconha nos estados que legalizaram a droga, revertendo a posição de controle adotada pelo governo Obama.

A ameaça de acusação, porém, não diminuiu a ação no nível estadual, pois oito estados aprovaram a maconha para uso medicinal ou recreativo desde então. O mercado jurídico deve atingir US $ 12,4 bilhões nos Estados Unidos este ano e quase dobrar de tamanho até 2025, de acordo com a New Frontier Data.

O DEA diz que 542 pessoas estão registradas para realizar pesquisas sobre o medicamento, um aumento de 40% em relação a janeiro de 2017, e a cota de produção mais do que dobrou nesse período. Uma variedade maior de produtores dará a esses pesquisadores mais oportunidades, disse o administrador interino da agência, Uttam Dhillon.

“Acreditamos que o registro de mais produtores resultará no acesso de pesquisadores a uma variedade maior de estudos”, afirmou Dhillon em comunicado.

Leia também:

Universidade Federal de Viçosa (MG) fará estudo agronômico e genético da cannabis

#PraCegoVer: Fotografia em plano fechado mostra planta de maconha desfocada e, ao centro, uma lupa que amplia parte dela. Foto: Rafael Rocha | Smoke Buddies.

Deixe seu comentário
Assine a nossa newsletter e receba as melhores matérias diretamente no seu email!